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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse na quinta-feira que foi contra a intervenção da Otan na Líbia, mas que precisou aceitá-la - declaração que expõe a fragilidade da aliança que tenta derrubar o regime de Muamar Kadafi.

Aviões da Otan têm bombardeado a Líbia desde março, com aval da ONU, mas há dentro da aliança ocidental crescentes queixas com a duração e o custo da operação.

'Eu fui contra a medida', disse Berlusconi no lançamento de um livro em Roma. 'Fiquei de mãos atadas pelo voto do Parlamento do meu país. Mas fui contra e sou contra essa intervenção, que vai terminar de um jeito que ninguém sabe qual é.'

Alguns dos aviões da Otan que bombardeiam a Líbia decolam de bases aéreas na Itália. Apesar da declaração de Berlusconi, não há sinal de que seu país irá cancelar o uso das suas bases. No entanto, o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, disse que cortes orçamentários farão com que a contribuição italiana para a missão caia de 142 milhões de euros no primeiro semestre para 60 milhões de euros no segundo.

La Russa disse também, após uma reunião ministerial na quinta-feira, que o porta-aviões Garibaldi e seus três caças foram retirados da missão, e que suas tarefas serão assumidas por aviões que operam em bases terrestres.

Aparentemente referindo-se a uma reunião ocorrida em 19 de março, quando várias potências ocidentais decidiram atacar a Líbia para ajudar os rebeldes locais, Berlusconi disse: 'Fui a Paris e disse - e posso repetir - que eu ficaria ao lado da sra. Merkel no que diz respeito a essa decisão da zona de exclusão aérea'. Angela Merkel, primeira-ministra alemã, decidiu não envolver seu país na operação.

'Fizemos perguntas muito precisas aos protagonistas dessa iniciativa - ou seja, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro (britânico) David Cameron - na mais recente reunião dos chefes de governo em Bruxelas. A resposta foi que a guerra vai acabar quando houver, como esperamos, uma revolta da população de Trípoli contra o atual regime.'

Num fato que pode ampliar a pressão sobre a Itália para rever sua posição com relação à Líbia, um alto funcionário do regime de Kadafi disse que estão em curso negociações com empresas russas e chinesas para que substituam a italiana ENI em projetos de gás e petróleo no país.

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