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Berlusconi, envolvido em quatro processos, deixa o tribunal e acena para simpatizantes | Olivier Morin/AFP
Berlusconi, envolvido em quatro processos, deixa o tribunal e acena para simpatizantes| Foto: Olivier Morin/AFP

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, sofreu um re­­vés na sua base política em Milão ontem depois de dois dias de eleições locais por toda a Itália – vistas como um teste de popularidade para o líder atingido por escândalos.

As eleições de domingo e se­­gunda-feira foram consideradas importantes porque cerca de 13 milhões de eleitores, quase um quarto da população italiana, eram elegíveis para votar. Tam­­bém foi o primeiro teste eleitoral para Berlusconi desde que o premiê de 74 anos foi a julgamento por suspeita de contratar os serviços de uma prostituta menor de idade.

A acusação é um dos quatro casos legais ativos contra Ber­­lus­­coni atualmente, e o único que trata de sua vida pessoal e não de negócios. O primeiro-ministro ne­­gou participação em todos os casos e recentemente compareceu aos tribunais de Milão para se defender.

Projeções e apurações iniciais sugerem resultados mistos para Berlusconi, mas na disputa eleitoral mais significativa, a candidata para a prefeitura de Milão apoiada pelo premiê esteve ligeiramente atrás de seu oponente de centro-esquerda. Se o resultado for confirmado, forçará um segundo turno e seria um grande golpe para Berlusconi, que se engajou bastante na campanha. O segundo turno será nos dias 29 e 30 de maio.

Milão é a sede do império midiático, do time de futebol (AC Milan) e da casa particular de Ber­­lusconi, sua mansão em Ar­­core. A coalizão de centro-direita do­­mina a cidade de 1,3 milhão de habitantes há 15 anos.

Stefano Folli, um importante analista político disse que, se confirmado, o resultado pode ser visto como um voto contra Berlus­­coni, em vez de apenas contra sua candidata. "Ele colocou sua marca na campanha em Milão, foi ele quem disse que se tratava de um referendo" sobre o seu governo, disse Folli.

Berlusconi transformou as eleições em um assunto pessoal ao convocar os italianos a votarem em seus candidatos como for­­ma de apoio ao governo nacional. O premiê também enfrenta tensões dentro de sua coalizão, com um aliado importante da Liga do Norte, Umberto Bossi, descontente com a campanha liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia. Outro ex-aliado, Gianfranco Fini, também cortou laços com o partido de Berlusconi e abandonou a coalizão.

As projeções divulgadas nesta segunda-feira pela rede de tevê estatal RAI tem margem de erro de mais ou menos 4 pontos porcentuais. Os resultados vieram do relatório de algumas estações. Analistas alertam, no en­­tanto, que os resultados finais, que não devem sair até amanhã, podem ser muito diferentes dos dados iniciais.

Em outra disputa acirrada, o candidato de Berlusconi es­­teve bastante a frente de seus adversários em Nápoles, cidade do sul, atormentada por uma crise recorrente de coleta de lixo.

Berlusconi deslocou soldados na semana passada para ajudar na coleta de pilhas de lixo para fechar sua campanha eleitoral na sexta-feira, procurando arrebatar a cidade que teve vários mandatos de prefeitos de centro-es­­querda.

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