O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que perdeu por pouco a eleição geral da semana passada, disse ter recebido mais votos do que a centro-esquerda e, portanto, Romano Prodi deve aceitar o que ele chama de sua vitória "política."
Berlusconi, que denunciou fraude eleitoral e ainda não reconheceu a derrota nas eleições de 9 e 10 de abril, disse em entrevista a um jornal, publicada na sexta-feira, que Prodi deve admitir que, na melhor das hipóteses, sua vitória foi vazia.
A suprema corte italiana confirmou na quarta-feira a vitória de Prodi nas eleições.
Mas Berlusconi disse ao Piccolo, jornal local da cidade de Trieste, no Noroeste do país, que a centro-direita teve cerca de 220 mil votos a mais do que o bloco de Prodi, caso fossem computados todos os votos nas duas casas do parlamento e no exterior.
- Está claro portanto que a pessoa que quer ser reconhecida como o vencedor por ter mais assentos ... deve, por sua vez, necessariamente reconhecer a vitória política da centro-direita em termos de votos - disse Berlusconi.
Os dados oficiais mostram que o bloco de Berlusconi teve o maior número de votos no Senado, mas acabou com duas cadeiras a menos do que a centro-esquerda porque o sistema eleitoral distribui os assentos segundo as regiões. Apenas pessoas com mais de 25 anos podem votar para o Senado.
Mas na Câmara, para a qual italianos acima de 18 anos anos podem votar, a coalizão de Prodi venceu por 24.755 votos.
Prodi desqualifica a recusa insistente de Berlusconi de admitir a derrota. "É a cena final de um Cavaleiro caindo de seu cavalo", disse o político de centro-esquerda Franco Monaco, numa referência ao apelido de Berlusconi.
Berlusconi disse que Prodi deve reconhecer ainda o fato de que seu partido, o Forza Italia, continua a ser a maior força política após a eleição, com 24 por cento dos votos.
Prodi disse na quinta-feira que é "muito triste" o fato de Berlusconi ainda não admitir a derrota, mas que tem certeza de que ele o fará "mais cedo ou mais tarde."
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