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Crise

Berlusconi rejeita deixar o cargo

O premiê Silvio Berlusconi rejeitou ontem relatos de que ele pretendia convocar eleições an­­tecipadas. A declaração do polêmico chefe de governo italiano foi dada após um dia marcado por debates entre legisladores italianos sobre medidas de austeridade direcionadas, em especial, a cortes no sistema previdenciário do país, em resposta às exigências da União Europeia (UE) para que a Itália encontre um balanço em suas contas públicas.

A proposta de mudança da idade mínima para aposentadoria, de 65 para 67 anos, e um plano de austeridade de mais de 100 bilhões de euros aprofundaram as divisões dentro da coalizão de Berlusconi, aumentando a pressão para a ocorrência de eleições antes do término do período previsto para 2013.

O premiê rejeitou também notícias vinculadas pela imprensa local de que ele renunciaria a seu cargo em janeiro no programa "Porta a Porta", do canal estatal RAI.

O jornal Repubblica afirmou na quarta-feira que Berlusconi havia concordado em deixar o poder e realizar uma votação em março em troca de apoio ao plano de pensão da Liga do Norte, que sustenta sua coalizão.

Crise na Itália

O governo da Itália se comprometeu com a UE a definir até 15 de novembro um plano que estabelecerá condições estruturais que favoreçam o crescimento econômico do país, com medidas como o aumento da idade de aposentadoria. Este plano está na carta enviada pelo governo às autoridades europeias, em resposta às exigências feitas pela UE para que a Itália adotasse medidas destinadas a sanear suas contas públicas, com o objetivo de tranquilizar os mercados.

A carta apresentada indica que o governo italiano trabalha para criar condições que favoreçam o crescimento e que, para isso, o Executivo considera ne­­cessário intervir na "composição do balanço" orçamentário.

O texto estabelece que o go­­verno atuará sobre quatro âmbitos nos próximos oito meses: "nos dois primeiros eliminará vínculos e restrições à concorrência e à atividade econômica para permitir níveis produtivos maiores e custos e preços inferiores".

"Antes de quatro meses, definirá medidas que favoreçam o dinamismo das empresas. Antes de seis meses, serão adotadas me­­didas que favoreçam a acumulação de capital físico e capital hu­­mano", continua a carta.

Por último, em um prazo má­­ximo de oito meses, "será concluída uma reforma do mercado de trabalho", ressalta. Assim, o Exe­­cutivo de Berlusconi se compromete a revisar as políticas de promoção e valorização do capital humano e de abertura dos mercados à concorrência.

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