O líder de centro-esquerda italiano, Luigi Bersani, propôs o nome do senador Franco Marini como candidato às eleições italianas, o que pode causar uma divisão dramática dentro de sua própria legenda, o Partido Democrático, um dia antes do início da votação. Marini, católico proeminente e um dos líderes do sindicato CISL, também tem o apoio do líder de centro-direita Silvio Berlusconi e de um pequeno grupo de centro encabeçados pelo primeiro-ministro interino Mario Monti.
O parlamento italiano começa a votação na quinta-feira para o sucessor do presidente Giorgio Napolitano, que fica no cargo até 15 de maio. Caberá ao novo presidente acabar com o impasse político deixado pela eleição inconclusiva de fevereiro, seja persuadindo os partidos para um consenso que permita a formação do governo ou convocando novas eleições.
"Marini é o candidato mais preparado para atrair o suporte necessário", afirmou Bersani em um encontro com parlamentares do Partido Democrático. "Ele está ligado a questões trabalhistas e sociais e é um dos que têm construído a centro- esquerda.
No entanto, Marini enfrenta oposição dentro do próprio partido de Bersani. O prefeito de Florencia, Matteo Renzi é seu principal rival e afirmou, imediatamente após o anúncio, que não vai apoiar Marini. Ele lembrou que o candidato havia perdido seu lugar na última eleição e disse ser paradoxal alguém que perde para senador tornar-se chefe de estado.
"Nós nos opomos a esta escolha. Nossos parlamentares não vão votar nele", afirmou Renzi que possui cerca de 50 defensores no Parlamento. Após a resposta de Renzi, vários outros parlamentares do partido tomaram a mesma posição. O prefeito de Florença, que desafiou, sem sucesso, a liderança de Bersani na disputa do ano passado e é, de longe, o político mais popular do partido. Em entrevista a um canal de televisão, ele afirmou que eleger Marini era "um deserviço para o país".
Rezi descreveu o sindicalista como "um candidato do século passado" que não tem carisma ou prestígio internacional e disse que era inaceitável que grande parte de sua candidatura seja baseada no fato de ser um católico conhecido. Renzi tem 38 anos e Marini, 80 anos.