A ex-refém das Farc Ingrid Betancourt quer indenização milionária| Foto: Mauricio Duenas/AFP

Política

Ex-refém foi candidata à Presidência

Campanha Ingrid Betancourt fazia campanha eleitoral pela Presidência da Colômbia em fevereiro de 2002 quando foi sequestrada por guerrilheiros das Farc. A então candidata foi levada junto com sua assistente, Clara Rojas, quando viajava para San Vicente del Caguán (sul), região onde acabava de ser suspensa a tentativa de diálogo entre o governo do presidente Andrés Pastrana (1998-2002) e as Farc.

Com dupla nacionalidade colombiana e francesa, Betancourt foi resgatada no âmbito da Operação Xeque, realizada pelas forças militares colombianas, em 2 de julho de 2008.

Na semana passada, ela participou em Bogotá de uma cerimônia oficial por ocasião dos dois anos da Operação Xeque.

Na ocasião, elogiou a decisão do governo do presidente Álvaro Uribe de resgatar os sequestrados mediante "operações humanitárias de autoridade" e chamou de "heróis" aqueles que a resgataram.

Betancourt trabalha em um livro sobre sua experiência no cativeiro, que deve ser publicado em setembro próximo.

Clara Rojas, que era assessora da presidenciável na época, ficou grávida no cativeiro e teve um filho. Foi libertada antes de Betancourt.

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A ex-refém da guerrilha das For­­ças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Ingrid Betan­­court, quer uma indenização do Estado colombiano pelas perdas econômicas e pelos danos morais sofridos durante seus seis anos de cativeiro, um processo que po­­derá alcançar o valor de US$ 6,8 milhões.

Segundo o ministério da De­­fesa da Colômbia, Ingrid e seus fa­­miliares apresentaram em 30 de junho duas solicitações de con­­ciliação extrajudicial, nas quais pedem uma compensação monetária de US$ 13 bilhões de pesos (cerca de US$ 6,8 milhões).

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As solicitações foram recebidas ontem pela Procuradoria de Bogotá, que deve iniciar um processo de conciliação entre Ingrid Betancourt, sua irmã, Astrid, sua mãe, Yolanda Pulecio, e seus fi­­lhos, Melanie e Lorenzo Delloye, de um lado; e o governo da Co­­lômbia. Se não for possível chegar a um acordo nesta instância, Betancourt e seus familiares po­­derão entrar com um processo administrativo no Conselho de Estado.

Esta é a primeira vez que a Procuradoria colombiana recebe uma demanda deste tipo. Até agora, só os familiares de um grupo de deputados estaduais, que morreram em 2007 enquanto eram mantidos reféns pelas Farc, processaram o Estado co­­lom­­biano. Neste caso, o pedido de reparação foi para exigir uma investigação em profundidade sobre as circunstâncias da morte dos representantes, segundo a associação País Livre, que estuda o sequestro na Colômbia.

O vice-presidente colombiano, Francisco Santos, afirmou que o pedido de Betancourt re­­pre­­senta um "precedente funesto e uma punhalada na força pú­­blica". Ele expressou sua "convicção de que não existe nenhum elemento objetivo que permita deduzir a responsabilidade do Es­­tado no sequestro de Betan­­court", e ressaltou que a ex-re­­fém havia "desconsiderado" as recomendações que a força pú­­blica fez, na ocasião, para que evitasse a viagem na qual foi capturada pelos guerrilheiros.

Ainda se desconhecem os ar­­gumentos exatos nos quais Be­­tan­­court e seus familiares ba­­seiam sua demanda.

A ex-refém era candidata à Presidência da Colômbia e estava em campanha eleitoral quando foi seqüestrada.

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