Ouça este conteúdo
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistiu neste domingo (21) de concorrer a um segundo mandato, após semanas de pressão dos seus próprios correligionários do Partido Democrata e de doadores de campanha. Ainda não se sabe quem entrará na disputa no lugar dele, mas Biden já anunciou que está endossando a candidatura de sua vice, Kamala Harris.
VEJA TAMBÉM:
A pressão sobre Biden começou a aumentar depois de um desempenho ruim no primeiro debate televisionado contra o adversário republicano, Donald Trump, no mês passado. Na ocasião, Biden estava com a voz fraca, por algumas vezes perdia a linha de raciocínio e não usava todo o tempo cedido a ele para falar.
O atentado contra Trump, na semana passada, deixou sua situação ainda mais delicada, com vários analistas políticos dizendo que a tentativa de assassinato acabaria aumentando o apoio ao republicano. Também na semana passada, as preocupações com a saúde de Biden voltaram com mais força à imprensa quando a Casa Branca anunciou que ele estava com Covid-19.
A deputada Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e o ex-presidente Barack Obama foram algumas das personalidades do partido democrata que, segundo a imprensa americana, disseram reservadamente que não acreditavam em uma vitória de Biden contra Trump. Além deles, pelo menos 32 congressistas democratas pediram publicamente que Biden deixasse a disputa pela reeleição.
Mas os episódios mais recentes se somaram a outras gafes cometidas pelo presidente dos Estados Unidos anteriormente neste ano. Relembre a seguir algumas delas.
Trocando Kamala por Trump e Zelensky por Putin
Já sob intenso escrutínio dos adversários e da imprensa, em uma coletiva de imprensa neste mês, Biden trocou os nomes de Kamala e Trump. “Eu não teria escolhido o vice-presidente Trump para ser vice-presidente se eu não achasse que ela não era qualificada para ser presidente", disse Biden.
Confusão semelhante ocorreu em seu discurso ao final da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Biden anunciou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, como “Putin”, presidente da Rússia que está em guerra contra a Ucrânia.
“E agora gostaria de passar a palavra ao presidente da Ucrânia, que é tão corajoso quanto determinado. Senhoras e senhores, presidente Putin”. Na ocasião, Biden logo percebeu o erro e retornou ao púlpito para se corrigir. “Presidente Putin? Temos de derrotar o presidente Putin. Presidente Zelensky! Estou tão concentrado em derrotar Putin... temos de nos preocupar com isso”.
Confusão na Cúpula do G7
Alguns dos episódios que viralizaram nas redes sociais ocorreu na cúpula do G7, na Itália, em junho. Em um deles, o democrata aparece se distanciando de outros líderes mundiais durante uma apresentação de paraquedismo.
Enquanto a apresentação acontecia, Biden deu alguns passos na direção contrária aos outros líderes mundiais, gesticulando para outro paraquedista próximo, enquanto as demais autoridades estavam focadas em outro personagem da performance.
Ao observar a situação, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, direcionou o presidente americano de volta ao grupo, momento em que ele, de forma lenta, coloca os óculos escuros e fica imóvel.
Após uma série de reportagens ser divulgada, a Casa Branca respondeu às matérias acusando os jornais de editarem o vídeo, fazendo com que parecesse que Biden se afastou do grupo sem explicação, mas, segundo sua administração, ele estaria indo falar com outras pessoas próximas.
Evento político com Obama
Logo depois de deixar a cúpula do G7, na Itália, Joe Biden viajou para Los Angeles, na Califórnia, onde participou de um evento liderado pelo ex-presidente Barack Obama para arrecadação de fundos para a campanha eleitoral.
Enquanto estava no palco, ao lado de Obama, Biden simplesmente parece ter "congelado", precisando ser retirado do local pelo ex-presidente. O atual mandatário ficou parado alguns instantes olhando para a plateia sem falar uma palavra.
Vice-presidente na pandemia?
Em uma declaração do dia 20 de maio, em um evento de campanha, Biden afirmou que era o vice-presidente do país quando a pandemia de covid-19 teve início, embora a catástrofe mundial tenha surgido mais de três anos depois que ele deixou o cargo.
Segundo ele, "as coisas ficaram meio ruins quando era vice-presidente durante a pandemia de covid". No entanto, sua despedida da posição na Casa Branca ocorreu em janeiro de 2017. “Quando eu era vice-presidente, as coisas estavam meio ruins durante a pandemia e o que aconteceu foi que Barack me disse: ‘Vá para Detroit! Ajude a consertar isso'”, disse Biden.