O governo dos Estados Unidos planeja retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão nos próximos meses, finalizando a saída militar até 11 de setembro, data que marca o aniversário de 20 anos dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono. A informação é do jornal Washington Post e deve ser anunciada pelo presidente Joe Biden nesta quarta-feira (14).
O ex-presidente Donald Trump havia prometido, após negociação com o Talibã e o governo afegão, retirar todas as tropas norte-americanas do Afeganistão até 1º de maio. O grupo terrorista foi incluído nos acordos de paz porque controla cerca de 20% dos distritos do país, onde vive 14% da população, segundo estimativas. Líderes do Talibã prometeram atacar posições dos EUA e da Otan se a retirada americana não ocorresse, mas diante da proposta de Biden para finalizar a saída militar em setembro, não está claro se os militantes seguirão com estes planos de retaliação.
A presença militar americana no Afeganistão gira em torno de 2.500 soldados, mas o número varia bastante. De acordo com o Washington Post, cerca de mil estão em solo afegão atualmente. Há ainda cerca de sete mil militares estrangeiros, a maioria de forças aliadas da Otan.
O acordo de paz firmado em fevereiro do ano passado, além da retirada das tropas estrangeiras do país, estabelece que o Talibã deve impedir que o território afegão seja usado por grupos terroristas transnacionais para ameaçar os Estados Unidos e seus aliados. Segundo analistas, o problema de uma retirada completa das tropas americanas é que não há um diálogo de paz intra-afegão estabelecido para uma divisão de governo, o que poderia desencadear uma luta pelo poder e, possivelmente, uma guerra civil.
Contudo, uma fonte com conhecimento dos planos de Biden disse ao Washington Post que neste momento os Estados Unidos têm grande interesses estratégicos no mundo, mais importantes do que o Afeganistão, citando as atitudes cada vez mais agressivas de Rússia, Irã e Coreia do Norte e China, além de outras ameaças vindas da Síria, do Iêmen e da África.
"Isso não significa que estamos nos afastando do Afeganistão. Vamos continuar comprometidos com o governo, continuar comprometidos diplomaticamente. Mas em termos de onde estaremos investindo força, nosso sangue e dinheiro, acreditamos que outras prioridades merecem esse investimento", disse a fonte ligada a Biden.
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