O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira (17) que a única situação em que cogitaria desistir de tentar a reeleição seria se médicos o avisassem de que ele tem uma “condição médica” grave, que o tornaria incapaz de exercer a presidência.
Biden deu a declaração numa entrevista ao canal pago BET News. “Se eu tivesse alguma condição médica que surgisse, se alguém – se os médicos viessem até mim e dissessem: ‘Você tem esse problema, aquele problema’. Mas cometi um erro grave durante todo o debate”, disse Biden.
Desde seu péssimo desempenho no debate contra Trump no último dia 27, que aumentou as especulações sobre sua saúde mental, Biden sofre pressão de doadores de campanha, órgãos de imprensa e colegas de Partido Democrata para desistir da disputa. Entretanto, por ora, diz que permanecerá na briga pela reeleição.
Na semana passada, numa entrevista coletiva em Washington, Biden havia afirmado que realizou recentemente três exames neurológicos extensos, que teriam mostrado que está “em boa forma”, e que é acompanhado por “bons médicos”. “Se algum deles disser que eu preciso fazer um novo teste neurológico, eu faço”, disse na ocasião.
O presidente democrata vem reafirmando que segue sendo a melhor opção do seu partido para derrotar o republicano Donald Trump na eleição de novembro.
Na entrevista à BET News, ele explicou por que mudou de ideia e resolveu tentar outro mandato, após ser apontado durante a campanha presidencial de 2020 como um “candidato de transição” dos democratas – ou seja, abriria caminho para alguém mais jovem em 2024.
“Quando concorri pela primeira vez, você deve se lembrar, eu disse que seria um candidato de transição. E pensei que seria capaz de passar [o posto de candidato democrata] para outra pessoa. Mas não previ que as coisas ficariam tão divididas [na política e na sociedade americanas]”, disse o presidente.
Uma pesquisa realizada pelo instituto NORC, encomendada pela agência Associated Press, mostrou que 70% da população adulta dos Estados Unidos acredita que Biden deve se retirar da campanha pela reeleição e abrir espaço para que o Partido Democrata indique outro candidato para a eleição presidencial de 5 de novembro.
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