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Casa Branca

Biden chega à Casa Branca com o desafio de enfrentar pandemia e polarização

O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden chegam para cerimônia de posse no Capitólio dos EUA, 20 de janeiro (Foto: Win McNamee / POOL / AFP)

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Em seu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden agiu rápido para desfazer algumas das decisões que faziam parte do legado de seu antecessor, Donald Trump.

Na noite desta quarta-feira (20), após tomar posse em cerimônia no Capitólio dos EUA, Biden assinou um conjunto de ordens executivas que demonstram as prioridades de seu novo governo e marcam uma guinada nas políticas dos últimos quatro anos na Casa Branca. O foco principal das ações foram o combate a mudanças climáticas e a pandemia de coronavírus.

As decisões que estavam ao alcance da caneta de Biden incluíram a reintegração dos EUA a organismos multilaterais como o Acordo de Paris e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cancelamento do financiamento da construção do muro na fronteira com o México e a suspensão do banimento da entrada de viajantes vindos de alguns países muçulmanos.

Uma das decisões de Biden "desapontou" o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. O presidente americano revogou uma autorização para a construção do oleoduto Keystone, que transportaria petróleo do Canadá para os EUA e que tem sido um ponto de discórdia entre ambientalistas e a indústria petrolífera. "Enquanto damos as boas-vindas ao comprometimento do presidente com o combate às mudanças climáticas, estamos desapontados, mas reconhecemos a decisão do presidente de cumprir promessa de campanha", afirmou Trudeau.

País dividido

Biden terá a missão de comandar um país dividido, que enfrenta uma grave crise de saúde e social causada pela pandemia de coronavírus, que já matou mais de 400 mil americanos em um ano.

"Esse é nosso momento histórico de crise e desafio", disse Biden em seu discurso inaugural, pedindo um fim para a "guerra não civil" no país. "A unidade é o caminho a seguir".

O primeiro desafio de Biden será gerenciar a emergência sem precedentes causada pelo coronavírus e mitigar a crise econômica comparável à da Grande Depressão - o que ele pretende fazer com um pacote econômico trilionário de subsídios e recursos para vacinas e combate à pandemia, que precisa ser aprovado pelo Congresso.

O democrata assume em condições favoráveis, já que o seu partido tem o controle da Câmara e do Senado pelo menos pelos próximos dois anos.

O novo presidente precisa também ampliar a velocidade da vacinação contra Covid-19 na população, para controlar novas ondas de contágios.

Duas semanas atrás, o mesmo local onde Biden prestou juramento, o Capitólio dos EUA, foi tomado por uma multidão de apoiadores de Trump, que contestava os resultados da eleição presidencial.

A capital americana permanece em lockdown parcial, com o reforço de cerca de 25 mil membros da Guarda Nacional para garantir a segurança da cerimônia de posse, em meio a temores de que os tumultos de seis de janeiro pudessem se repetir.

Em relação à política externa, especialistas esperam que Biden adote uma postura de maior cooperação com aliados e participação em fóruns multilaterais, mas mantenha a linha dura do governo americano com a China e a Rússia.

Futuro de Trump

"Nós voltaremos, de alguma maneira", prometeu Trump em seu discurso de despedida nesta quarta-feira, antes de deixar Washington e seguir para a Flórida, onde vai morar com a sua família. Em um dos seus últimos atos como chefe do Executivo americano, Trump concedeu perdão a 143 pessoas, incluindo o ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon.

Trump não esteve presente para transferir o cargo para Biden, mas manteve uma tradição de 30 anos e deixou uma carta ao seu sucessor no Salão Oval da Casa Branca, que Biden afirmou ser "muito generosa".

O agora ex-presidente americano discutiu com aliados a possibilidade de formar o seu próprio partido, que seria chamado "Partido Patriota", segundo reportagem do Wall Street Jounal na terça-feira.

Fora do governo, Trump ainda deve enfrentar o julgamento no Senado do seu processo de impeachment por "incitar a insurreição", por seu papel nos ataques ao Congresso americano.

Na visão de alguns conversadores, a saída de Trump do poder é "libertadora". "Para pensadores, planejadores, defensores e formadores de políticas conservadores, esse é um dia de liberação", afirmou o colunista Dan McLaughlin em artigo no National Review. "Pela primeira vez em cinco anos, é possível pensar, propor, planejar e promover ideias conservadoras sem ter que passar por Donald Trump", pontuou, dizendo que essas propostas agora não serão mais "reféns" do que Trump está interessado em um dia específico.

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