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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a atuação do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu em Gaza, e disse que o grande número de mortes de civis palestinos são “um grande erro”. Em entrevista à emissora de TV MSNBC, no sábado (9), Biden disse que Netanyahu tem o direito de defender Israel e continuar perseguindo o Hamas, mas que o israelense “precisa prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”.
Mesmo com as críticas, Biden reafirmou que vai manter o apoio a Israel na luta contra o Hamas. "A defesa de Israel ainda é crítica. Portanto, não há linha vermelha [em que eu] vou cortar todas as armas para que eles não tenham o Domo de Ferro para protegê-los", disse, se referindo ao sistema de defesa antimísseis de Israel. "Mas há limites que se ele os ultrapassar", continuou, sem terminar a frase, numa possível referência a uma invasão de Rafah pelo exército israelense.
Biden e seus assessores já teriam alertado o premiê a não realizar grande ofensiva em Rafah antes que de plano para evacuação em massa de civis da região, devido ao grande risco de mortes de civis. Biden também disse que ainda tem esperança de que um acordo de cessar-fogo possa ser firmado entre o grupo terrorista Hamas e Israel no mês do Ramadã, que começa neste domingo (10) e vai até 8 de abril. O mês é considerado sagrado pelos muçulmanos.
Benjamin Netanyahu também foi alvo de críticas durante manifestações em Israel neste sábado (9). Em Tel Aviv, milhares de pessoas foram às ruas pedindo a destituição do premiê israelense e a convocação de novas eleições gerais no país. Os manifestantes exigem o fim da guerra do país contra o Hamas na Faixa de Gaza e o retorno dos reféns sequestrados pelo grupo extremista em outubro do ano passado. Na Praça da Democracia de Tel Aviv, os manifestantes gritavam frases como “não vamos parar até que Bibi (apelido de Netanyahu) seja preso” e “você é o líder, você é o culpado“, em referência aos sangrentos ataques do Hamas, que não conseguiram ser evitados, mesmo com todo aparato de segurança de Israel.