O resultado da eleição presidencial de 2020 continua a ser fortemente contestado. Mas uma transição de poder do presidente Donald Trump para Joe Biden, se for confirmada, teria consequências políticas imediatas e dramáticas.
Se Biden realmente vencer a eleição presidencial, o ex-vice-presidente provavelmente enfrentará um poder legislativo dividido.
Os democratas continuarão controlando a Câmara do Congresso no ano que vem, mas por uma margem menor, porque os republicanos conquistaram um número ainda indeterminado de cadeiras. Enquanto isso, o Senado provavelmente continuará a ser controlado pelos republicanos, dependendo do que acontecer em duas cadeiras nas próximas eleições para o Senado na Geórgia, marcadas para 5 de janeiro.
Isso necessariamente limitará quanto de sua agenda Biden poderia passar pelo Congresso. No entanto, de acordo com relatórios, Biden provavelmente iniciaria sua presidência com uma enxurrada de ordens executivas.
O Washington Post relatou:
[Biden] voltará a aderir aos acordos climáticos de Paris, de acordo com pessoas próximas a sua campanha e aos compromissos que ele assumiu nos últimos meses, e reverterá a saída do presidente Trump da Organização Mundial de Saúde.
Ele vai revogar a proibição da imigração de muitos países de maioria muçulmana e vai reinstaurar o programa que permite "dreamers” [sonhadores] que foram trazidos ilegalmente para os Estados Unidos quando crianças, para permanecer no país, de acordo com pessoas familiarizadas com seus planos.
Essa lista vem com algum circunlóquio do Washington Post, é claro, mas essas não são as únicas ordens executivas que provavelmente veríamos nos primeiros dias de uma presidência de Biden.
A seguir estão três ordens executivas adicionais que Biden prometeu durante a campanha e que representaria uma mudança significativa na política.
Aborto
Um governo Biden provavelmente desfaria a chamada política da Cidade do México, de acordo com o New York Times. A política restringe o financiamento de organizações estrangeiras que oferecem ou defendem o aborto no exterior.
O governo Trump ampliou muito a política da Cidade do México em 2017, quando Trump a reintegrou durante sua primeira semana no cargo, revertendo a postura do governo Obama.
De acordo com Melanie Israel, pesquisadora associada do Centro DeVos para Religião e Sociedade Civil da Heritage Foundation, a política ampliada garantiu “que dólares americanos não fiquem presos com a indústria do aborto e que os contribuintes americanos não subsidiem organizações não governamentais que não respeitam a vida humana inocente.”
“Biden usará ações executivas em seu primeiro dia no cargo para retirar a 'regra da mordaça global' da Cidade do México”, disse um porta-voz de Biden em julho, relatou o Washington Post.
Isso seria consistente com um Partido Democrata que há muito tempo passou da posição “segura, legal e rara” sobre o aborto da presidência de Bill Clinton para uma posição de aborto legal em todas as circunstâncias.
Muro de Fronteira
Na campanha, Biden prometeu uma grande mudança nas duras prioridades de imigração de Trump, especialmente com respeito ao muro da fronteira.
“Não haverá um metro de muro construído em minha administração, uma prioridade”, disse Biden em uma entrevista à National Public Radio em agosto. “Eu asseguro que teremos proteção de fronteira, mas vai se basear no uso da capacidade de alta tecnologia para lidar com isso.”
“O plano de imigração de Biden acabaria com o desvio de fundos do Pentágono para construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México e, em vez disso, investiria na infraestrutura de triagem nos portos de entrada”, relatou a Reuters. “Ele disse em agosto que não derrubaria os muros de fronteira construídos sob Trump, mas interromperia a construção”.
Estancar o fluxo de imigração ilegal com o muro da fronteira foi uma grande questão para a campanha de 2016 de Trump, que foi atacado agressivamente pela esquerda por isso.
Em uma entrevista em abril para o Daily Signal, o secretário interino do Departamento de Segurança Interna, Chad Wolf, disse que, além dos 202 quilômetros de muro de fronteira que foram concluídos na época, a administração planejou uma renovação adicional para melhorar a parede existente enquanto continuasse sua expansão.
Teoria Crítica da Raça
Trump emitiu recentemente uma ordem executiva proibindo as agências federais de realizar treinamento sobre a Teoria Crítica da Raça para funcionários federais e contratados do governo.
Segundo o USA Today, Biden pretende desfazer essa ordem, o que seria consistente com sua promessa de combater o que a esquerda chama de “racismo sistêmico” na sociedade americana.
O ex-vice-presidente e muitos na mídia descreveram essas sessões como um treinamento de “sensibilidade”, mas isso não descreve o que realmente são.
Christopher Rufo, um membro da Heritage Foundation, fez uma extensa pesquisa sobre como é o treinamento da teoria racial crítica na prática.
Ele descobriu sessões no Departamento do Tesouro em que os funcionários ouviam que "praticamente todos os brancos contribuem para o racismo" e uma sessão de treinamento no Departamento de Segurança Interna, onde funcionários brancos foram informados de que foram "socializados para funções de opressor".
Esses foram apenas alguns dos muitos exemplos. A teoria crítica da raça resume mais ou menos o comportamento humano a um produto da raça e pouco mais que isso. É um conjunto de ideias adotado e promovido por “antirracistas”, como Ibram X. Kendi, que promovem abertamente a discriminação racial em nome da “equidade” e da justiça.
Jarrett Stepman é colaborador do Daily Signal e co-apresentador do podcast The Right Side of History.
©2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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