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O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, acena ao público após fazer seu discurso de vitória em Wilmington, Delaware, 7 de novembro. O democrata deve reverter decisões do governo Trump assim que tomar posse em janeiro
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, acena ao público após fazer seu discurso de vitória em Wilmington, Delaware, 7 de novembro. O democrata deve reverter decisões do governo Trump assim que tomar posse em janeiro| Foto: Angela Weiss / AFP

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, já começou a trabalhar no processo de transição do governo do presidente Donald Trump para a sua administração, que tomará posse em 20 de janeiro. Biden e a vice-presidente eleita, Kamala Harris, lançaram neste domingo (8) o site oficial da transição de governo, indicando quais serão as suas prioridades na Casa Branca: Covid-19, recuperação econômica, igualdade racial e mudanças climáticas.

Já nesta segunda-feira (9), Biden deve anunciar um grupo de cientistas que trabalharão no seu governo para combater a pandemia de coronavírus, conforme anunciou em seu discurso de vitória no sábado.

Espera-se que logo após a posse do novo governo, Joe Biden assine uma série de ordens executivas para reverter decisões do governo Trump. Uma das primeiras ações seria retornar ao Acordo de Paris sobre o clima; Biden anunciou durante a campanha que voltaria ao pacto "no primeiro dia" de seu governo.

Trump anunciou em 2017 que retiraria os EUA do acordo, assinado em 2015 inicialmente por 195 países que se comprometeram a reduzir as emissões de gases do efeito estufa, para manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2 graus Celsius. A retirada formal dos EUA, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa no mundo, passou a ter efeito no dia 4 de novembro deste ano, um dia após as eleições americanas.

A diretora-adjunta da campanha democrata à presidência dos EUA, Kate Bedingfield, disse à rede NBC que Biden vai trabalhar também com os parlamentares republicanos no Congresso americano para aprovar de forma bipartidária uma série de propostas de sua campanha, incluindo ações de combate às mudanças climáticas.

Os democratas devem manter a maioria na Câmara dos Representantes, mas o equilíbrio do poder no Senado americano só deve ser conhecido em janeiro, após o segundo turno das duas eleições para o Senado na Geórgia. No momento, o Senado está dividido igualmente entre democratas e republicanos.

Biden precisará do apoio do Congresso para aprovação das suas políticas sobre imigração, sistema de saúde, comércio, redução de impostos, gastos militares, direitos civis, entre outras propostas, muitas das quais buscam alterar políticas implementadas no governo Trump - que ainda tem o apoio dos mais de 70 milhões de americanos que votaram nele.

Outra promessa feita por Biden para o primeiro dia da sua presidência é o retorno dos EUA à Organização Mundial da Saúde (OMS). Trump anunciou em abril que os EUA deixariam a agência da ONU que coordena ações globais de saúde pública, culpando a OMS e a China pela pandemia de coronavírus.

"Os americanos estão mais seguros quando a América está engajada com o fortalecimento da saúde global", disse Biden em julho, quanto Trump começou a retirada formal da OMS. "No meu primeiro dia como presidente, eu irei reingressar na OMS e restaurar nossa liderança no cenário global", prometeu o então candidato.

A pandemia de Covid-19 não está controlada nos Estados Unidos, que registrou recordes de casos nos últimos dias. O governo democrata eleito prometeu nomear um "comandante nacional de cadeia de suprimentos" e criar um "conselho de testagem para o coronavírus".

Biden também deve anular a ordem de Trump que proibiu quase todas as viagens de alguns países de maioria muçulmana e reestabelecer o DACA, o programa que permite a permanência nos EUA de pessoas que foram trazidas ilegalmente ao país por suas famílias quando eram crianças, chamadas "dreamers", noticiou o Washington Post, que ouviu fontes próximas ao presidente eleito.

O novo governo ainda pretende restaurar o direito de funcionários do governo de serem sindicalizados e também se comprometeu a receber mais refugiados que fogem de locais em conflito.

O democrata também se comprometeu a começar a ligar para líderes mundiais em um esforço de restaurar a confiança entre os aliados mais próximos dos EUA, segundo o New York Times.

Trump contesta resultados

Enquanto os democratas planejam o primeiro dia no Salão Oval da Casa Branca, o atual presidente americano, Donald Trump, ainda não reconhece a vitória de Joe Biden e Kamala Harris. A campanha do republicano alega que houve fraude generalizada nas eleições e está abrindo disputas judiciais sobre as acusações.

Durante a tarde deste domingo, Trump voltou a usar sua conta no Twitter para questionar o processo eleitoral. "Desde quando a mídia 'lamestream' diz quem será nosso próximo presidente?", questionou, usando uma expressão pejorativa para se referir à mídia tradicional. "Nós temos aprendido muito nas últimas duas semanas", ironizou.

Tradicionalmente, a imprensa americana anuncia os resultados das eleições, já que o país não possui um sistema eleitoral federal centralizado. O resultado formal das eleições é anunciado após a contagem dos votos do Colégio Eleitoral pelo Congresso em 6 de janeiro. As equipes dos veículos de imprensa fazem análises e anunciam quando um estado já tem um vencedor ou um número suficiente de votos apurados para que o cenário seja definido.

O prazo para recontagem de votos nos estados e resolução de disputas judiciais sobre as eleições termina em 8 de dezembro; o Colégio Eleitoral se reunirá para votar em 14 de dezembro.

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