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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse após o encontro desta sexta-feira (15) com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman (conhecido como MBS) que o questionou sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, morto em 2018 dentro do consulado do país árabe em Istambul, na Turquia.
“Eu disse, muito diretamente, que um presidente americano ficar em silêncio sobre uma questão de direitos humanos é inconsistente sobre quem somos e quem sou eu. Eu sempre defenderei nossos valores”, disse Biden, após o encontro.
Um relatório da CIA acusou MBS de ter aprovado a operação que resultou na morte de Khashoggi. Biden afirmou nesta sexta-feira que o príncipe herdeiro lhe disse que “não era pessoalmente responsável” pela morte. “Eu indiquei que achava que ele era”, apontou o presidente americano após o encontro, o primeiro entre ambos e realizado em Jidá, parte da viagem de Biden pelo Oriente Médio.
Criticado por ter entrado em contradição com seu discurso de campanha de que trataria o reino saudita como “pária”, o presidente americano havia dito anteriormente que seu objetivo na viagem é evitar o aumento da influência chinesa e russa na região.
Biden anunciou que até o final do ano as forças de paz dos Estados Unidos vão deixar a Ilha Tiran, no Mar Vermelho, local onde a Arábia Saudita quer promover o turismo.
Segundo o Washington Post, a saída americana exigiu o consentimento de Israel, devido a um arranjo diplomático. Outra novidade envolvendo o Estado judaico foi um anúncio dos sauditas de que retirarão as restrições aos voos comerciais israelenses sobre seu território. Outro ponto abordado na conversa com MBS foi a extensão do cessar-fogo no Iêmen.