O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu grande rival, o ex-presidente Donald Trump, vivem nesta terça-feira (5) uma atípica "Super Terça", o grande dia das primárias para as eleições presidenciais de novembro, na qual as indicações de ambos estão praticamente garantidas.
Biden não tem adversário nas fileiras democratas, porque é o presidente em exercício, enquanto Trump desfruta de uma ampla vantagem nas primárias republicanas, onde apenas a ex-embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, tenta enfrentá-lo, sem muito sucesso.
A ex-governadora da Carolina do Sul garantiu apenas uma vitória pouco significativa na votação da legenda até o momento - em Washington, no Distrito de Columbia. Com isso, o ex-mandatário acumula nas atuais primárias o apoio de 273 delegados, contra apenas 43 da adversária interna no partido. As prévias do Partido Republicano já ocorreram em nove estados: Idaho, Iowa, Michigan, Missouri, Nevada, New Hampshire, Carolina do Sul, Ilhas Virgens e Dakota do Norte.
A "Super Terça" é o dia em que a maioria dos estados vota para definir os candidatos presidenciais. Neste ano, serão 15 dos 50 que compõem o país, incluindo Califórnia e Texas, os maiores dos Estados Unidos.
Os eleitores democratas e republicanos também vão às urnas no Alabama, Arkansas, Colorado, Maine, Massachusetts, Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Utah, Vermont e Virgínia. Além disso, o Alasca também realiza as primárias republicanas e os democratas também votam no exterior e nos territórios da Samoa Americana e das Ilhas Marianas do Norte.
Mais de 35% dos delegados que se reunirão na convenção republicana em Milwaukee (Wisconsin) e na convenção democrata em Chicago (Illinois) para escolherem seu respectivo candidato à Casa Branca estão em jogo.
Tradicionalmente, a "Super Terça" tem servido como ponto de inflexão no processo de escolha do candidato da oposição devido ao grande número de delegados distribuídos. No entanto, Trump já chega hoje com o rótulo de imbatível, tendo vencido quase todas as disputas desde que as primárias republicanas começaram com o caucus de Iowa, em 15 de janeiro.
Na verdade, a grande questão é se a candidatura de Haley sobreviverá ao grande evento desta terça-feira ou se ela se curvará à pressão crescente de seu partido e dos doadores para jogar a toalha.
Além disso, Trump vai às urnas com ânimo renovado depois de sua vitória judicial nesta segunda-feira (4), quando o Supremo Tribunal dos EUA derrubou a inabilitação da sua candidatura às primárias do Colorado, estado que também vota nesta terça-feira.
A decisão, adotada por unanimidade, também pôs fim às tentativas de Illinois e Maine de retirar o ex-presidente republicano do processo.
Por sua vez, Biden venceu na "Super Terça" de 2020 o seu então rival democrata, o senador Bernie Sanders, e quatro anos depois chega a esta reunião sem disputa interna.
Desde que as primárias democratas começaram, em 3 de fevereiro, na Carolina do Sul, Biden só perdeu dois delegados em jogo nas eleições internas no Michigan, onde foi organizada uma votação de protesto pelo posicionamento do mandatário sobre o conflito no Oriente Médio.
De acordo com a emissora americana CBS, o descontentamento com a gestão do democrata na Casa Branca tem se espalhado para outros estados, com o auxílio do movimento "Listen to Michigan", que liderou a campanha pelo voto "descomprometido" nas primárias da legenda no Michigan.
Os principais estados são Minnesota e Massachusetts, segundo a análise da emissora americana. A opção também estará presente nas urnas democratas no Alabama, Colorado, Iowa, Carolina do Norte e Tennessee.
Apesar da vantagem indiscutível, nem Biden nem Trump conseguirão conquistar matematicamente a nomeação nesta "Super Terça" e terão de esperar mais alguns dias. Nem mesmo no caso hipotético de ganharem todos os delegados em disputa, Biden ainda não chegaria ao número mágico de 1.968 que deve alcançar para ganhar a nomeação democrata, nem Trump alcançaria os 1.215 de que necessita.
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