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Televisão exibindo uma cúpula entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o ditador da China, Xi Jinping, em 2021
Televisão exibindo uma cúpula entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o ditador da China, Xi Jinping, em 2021| Foto: EFE/EPA/ROMAN PILIPEY

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ao ditador da China, Xi Jinping, na primeira conversa por telefone entre os dois desde julho de 2022, que está preocupado com o apoio chinês à Rússia na guerra na Ucrânia.

"A China é, certamente, um país soberano que tomará suas próprias decisões sobre suas relações, mas estamos bastante preocupados com a direção que isso está tomando", disseram para a imprensa funcionários de alto escalão da Casa Branca, nesta terça-feira (2).

As autoridades de Washington informaram que Biden pretendia concentrar a conversa nas preocupações do país sobre o apoio de Pequim à máquina de guerra de Moscou, que, segundo eles, teria um impacto de longo prazo na segurança europeia.

A última reunião frente a frente entre os dois líderes foi em novembro do ano passado, em paralelo à cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em São Francisco (EUA). O telefonema desta terça foi uma forma de manter o diálogo aberto para "gerenciar com responsabilidade" a competição entre os dois países e evitar mal-entendidos e conflitos.

De acordo com essas fontes, a Rússia não era o único ponto de atrito que Biden planejava abordar durante o diálogo.

Também esteve em pauta a importância de manter a paz e a estabilidade tanto no Estreito de Taiwan, território autônomo que Washington, em princípio, defenderia contra uma possível invasão chinesa, quanto no mar do Sul da China, rico em recursos, onde Pequim tem disputas territoriais com países vizinhos.

Biden ressaltou a defesa dos EUA da política de "uma só China" e também expressou preocupação com "ações desestabilizadoras" no mar do Sul da China, como o ataque em março feito por vários navios chineses com canhões de água a um navio filipino nessa disputada região.

Washington também está pressionando Pequim a usar sua influência sobre o Irã para persuadir o país persa a convencer os rebeldes houthis, que são considerados sob sua órbita, a interromper seus ataques a navios no mar Vermelho.

"Eles estão exacerbando as tensões regionais, a instabilidade e, é claro, afetando os fluxos comerciais. A China deve ter um interesse muito direto em tentar limitar essas consequências", disseram as fontes.

As advertências de Biden a Xi também foram levantadas em nível bilateral. Washington enfatizou que continuaria a tomar medidas para proteger sua segurança nacional e seus interesses econômicos.

Em 25 de março, por exemplo, os EUA vincularam o regime de Xi a uma conspiração para conduzir ataques cibernéticos contra infraestruturas críticas, pelas quais sete cidadãos chineses foram indiciados. "Deixamos claro, tanto pública quanto privadamente, que continuaremos a tomar medidas para enfrentar as ameaças à nossa segurança nacional decorrentes de atividades cibernéticas maliciosas", afirmaram as fontes.

O governo Biden enfatizou que nenhum acordo era esperado dessa conversa por telefone, mas que era uma atualização que não havia sido possível antes devido à dificuldade logística de organizá-la devido à grande diferença de fuso horários entre EUA e China.

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