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O ranking de liberdade econômica de 2023 do think tank conservador americano Fundação Heritage, divulgado na semana passada, conferiu aos Estados Unidos a sua pontuação mais baixa na história do índice.
O levantamento deu aos americanos uma pontuação de 70,6, queda de 1,5 ponto em relação ao ranking de 2022, quando os Estados Unidos haviam caído da 20ª para a 25ª colocação (posição que mantiveram na nova lista).
Com essa nota, a menor que os EUA receberam desde a criação do ranking da Heritage, publicado pela primeira vez em 1995, o país ocupa apenas o terceiro lugar entre 32 países nas Américas pesquisados, embora a pontuação geral americana permaneça acima das médias mundial e regional.
Os Estados Unidos ficaram atrás do Canadá (16º colocado, com nota 73,7) e do Chile (22º, com 71,1), mas ambos também apresentaram piora nas suas notas em 2023.
Em todo o mundo, os melhores colocados foram Cingapura (nota 83,9), Suíça (83,8), Irlanda (82) e Taiwan (80,7). Os países com piores notas entre os 176 pesquisados foram Cuba (24,3) e Coreia do Norte (2,9). Países em momento geopolítico caótico, como Afeganistão, Síria e Ucrânia, não foram ranqueados. O Brasil foi o 127º colocado.
O índice considera o desempenho dos países em quatro grandes áreas que afetam a liberdade econômica para atribuir suas pontuações: Estado de Direito; tamanho do governo; eficiência regulatória; e abertura de mercado.
No relatório, a Fundação Heritage sustentou que a maior economia do mundo ainda é “uma das mais dinâmicas” do planeta, mas apontou que os Estados Unidos “têm enfrentado desafios sobre políticas públicas que minam sua competitividade econômica a longo prazo”.
“Desde que assumiu o cargo em 2021, o presidente Joseph Biden buscou e implementou políticas que expandiram o tamanho e o escopo do governo federal. Os gastos deficitários não controlados e a dívida do governo aceleraram, e a inflação prejudica a subsistência econômica. A combinação de incerteza e más escolhas de políticas públicas deixou as perspectivas econômicas dos Estados Unidos numa situação de instabilidade. A eleição de novembro de 2022, que deu maioria ao Partido Republicano na Câmara dos Representantes, pode oferecer uma oportunidade para desacelerar os gastos e o crescimento da dívida”, ponderou a Heritage.
A dívida do governo federal americano chegou em janeiro a US$ 31,46 trilhões, sendo que era de menos de US$ 28 trilhões quando Biden chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021. Segundo o relatório, a dívida pública dos Estados Unidos hoje é 28,1% superior ao PIB do país.
“Os Estados Unidos têm sido um dos piores ‘criminosos’ [em aumento dos gastos públicos] nos últimos dois anos e meio, e é por isso que caímos no ranking quando se trata de nossa dívida e tamanho do governo, o que realmente está nos arrastando para baixo e nos tornando menos competitivos”, afirmou Joel Griffith, pesquisador do Instituto Thomas A. Roe para Estudos de Política Econômica da Fundação Heritage, em entrevista à Fox News. “É realmente um momento de alerta para os Estados Unidos.”