Num aceno para normalizar as relações após o escândalo de espionagem praticado pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) americana, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff e reiterou pessoalmente que o programa de monitoramento será revisto.
A audiência privada de Biden com Dilma durou cerca de uma hora. Ele deixou o Palácio do Planalto afirmando que os dois países empreendem um "esforço comum" na garantia da segurança da internet e elogiando a liderança brasileira na governança da rede.
"A internet não é uma ferramenta de repressão do Estado, ela pertence ao povo do mundo", declarou o americano. Em meados do ano passado, documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden revelaram que os EUA interceptaram comunicações de cidadãos e de empresas brasileiras, incluindo ministros e a própria presidente Dilma.
O fato causou tamanho mal-estar entre os dois países que Dilma decidiu cancelar uma visita de Estado a Washington que estava planejada para outubro do ano passado. O Brasil também reagiu as denúncias tentando adotar um papel de protagonista no debate internacional, com a aprovação do Marco Civil da Internet.