O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja conversar "muito em breve" por telefone com o ditador da China, Xi Jinping, ocasião na qual pretende abordar a situação em Taiwan e a guerra na Ucrânia, segundo informou a Casa Branca na terça-feira (26).
Ainda não há data para a esperada conversa entre os dois líderes, que será a quinta desde que Biden chegou à Casa Branca em janeiro de 2021, disse a repórteres o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
"Haverá muitas questões em cima da mesa, uma vez que esta é uma das relações bilaterais mais significativas do mundo, desde as tensões sobre Taiwan até a guerra na Ucrânia, e também como podemos gerenciar melhor a concorrência entre nossas duas nações", detalhou o porta-voz.
A ênfase será colocada, segundo Kirby, nas questões de segurança e nas reivindicações territoriais da China.
Nesse sentido, além de Taiwan, os dois líderes vão falar também sobre o Mar do Sul da China, região em que se estima que haja 11 bilhões de barris de petróleo e que o gigante asiático disputa com Taiwan, Brunei, Indonésia, Filipinas, Malásia e Vietnã.
A outra grande questão será a economia, embora Kirby tenha dito que os EUA provavelmente não tomarão uma decisão antes da conversa sobre a continuidade ou não das tarifas sobre produtos chineses impostas pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021).
O governo Biden disse que está considerando acabar com essas tarifas para mitigar a inflação, que subiu para 9,1% em junho, algo não visto desde 1981.
"Ele (Biden) quer garantir que todas as linhas de comunicação com Xi sejam mantidas abertas em todas as questões, mesmo que haja problemas", comentou Kirby, que defendeu a importância de ambos poderem se comunicar por telefone de maneira "pura" e "direta".
A Casa Branca vem criando expectativas há semanas sobre um telefonema entre Biden e Xi.
Em segundo plano, pesa agora a possibilidade da presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, viajar a Taiwan nas próximas semanas, algo que foi antecipado pelo jornal “The Financial Times” e que gerou grande rejeição por parte do governo chinês.
Pelosi ainda não anunciou oficialmente nenhuma viagem, e Kirby se recusou a dizer se esse será um tópico que Biden abordará na conversa com Xi.
O governo chinês alertou que responderá com "medidas fortes" se Pelosi visitar Taiwan, no que seria a primeira visita de um presidente da Câmara dos EUA a Taiwan desde 1997, quando Newt Gingrich visitou a ilha.
Taiwan é uma das principais fontes de conflito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria seu maior aliado militar no caso de uma possível guerra com a China.
Em 1979, após romper os laços diplomáticos com Taipei e estabelecê-los com Pequim, os Estados Unidos adotaram a Ata de Relações de Taiwan, comprometendo-se com a defesa da ilha e o fornecimento de equipamentos de guerra.