O presidente dos EUA, Joe Biden| Foto: EFE/EPA/Yuri Gripas
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A campanha caótica da Casa Branca para fortalecer o regime iraniano é um escândalo pouco analisado. Os Estados Unidos acabaram de conceder ao Irã um auxílio de US$ 6 bilhões e vão libertar prisioneiros iranianos como parte de um acordo para libertar cinco reféns americanos detidos injustamente por Teerã.

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Todos os americanos devem comemorar o retorno de pessoas detidas arbitrariamente por um regime autoritário. No entanto, essa troca de prisioneiros fortalece o regime iraniano e valida sua prática de tomada estratégica de reféns, tornando assim futuros sequestros por Teerã e por outros inimigos dos Estados Unidos ainda mais prováveis. Além disso, os recursos que irão para o Irã permitirão a continuidade da agressão militar e dos abusos contra os direitos humanos praticados pelo regime de Teerã.

Entre os beneficiados, está o aparato de segurança do Irã, que, com as pouco confiáveis garantias do governo iraniano, deverá receber uma grande parte do dinheiro. Os prejudicados serão os alvos do terrorismo iraniano no Oriente Médio, militares americanos que estão na região, os manifestantes que realizam atos contra o regime do Irã e os ucranianos que estão sob bombardeio de armas iranianas enviadas para a Rússia.

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O acordo anunciado na semana passada resultou na transferência dos reféns americanos da famosa prisão de Evin, em Teerã, para um hotel na cidade. Nas próximas semanas, eles serão enviados para o Catar, que intermediou o acordo, e de lá voltarão para os Estados Unidos.

Grande parte do acordo está envolta em mistério, incluindo a data do retorno dos reféns. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse ao site estatal Voz da América que "não sabemos exatamente quanto tempo levará para trazê-los de volta para casa".

O governo Biden também se recusou a divulgar os nomes dos iranianos que os EUA vão libertar em troca, citando a sensibilidade do acordo e uma série de etapas que ainda precisam ser cumpridas antes que seja de fato concretizado.

As outras trocas de prisioneiros realizadas pela administração Biden, que, embora tenham permitido o retorno de americanos, também levaram à libertação de figuras infames como o magnata russo do comércio de armas Viktor Bout, foram fechadas de maneira semelhante. No entanto, o acordo anunciado na semana passada é sem precedentes, pelo fato de resultar em um enorme pagamento a um Estado terrorista.

A parte crucial desse processo complicado envolve a aprovação de Washington para a Coreia do Sul transferir US$ 6 bilhões em fundos bloqueados pelos EUA para uma conta supervisionada pelo Catar. Essa quantia deveria ser destinada ao Irã para compras de petróleo, mas o governo de Donald Trump (2017-2021) bloqueou o pagamento.

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De acordo com a equipe de Biden, haverá restrições significativas para o uso desse dinheiro, que se limitará a alimentos, medicamentos e equipamentos médicos - e Washington terá "total visibilidade" sobre seu uso pelo Irã, afirmou Kirby.

No entanto, os iranianos veem essas supostas restrições como pura ficção, e não são exatamente discretos sobre essa posição, ao dizer claramente que "a decisão de como utilizar esses recursos desbloqueados e ativos financeiros cabe à República Islâmica do Irã". Tal declaração foi dada pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã na semana passada.

Teerã parece estar disposta a afirmar abertamente o que a administração Biden tem repetidamente se empenhado em negar, porque é obviamente um ultraje. Ainda existem muitos detalhes sobre o acordo em questão que permanecem desconhecidos, assim como sobre a direção geral da política do regime iraniano. Um exemplo disso é a suspensão do enviado especial para o Irã, Robert Malley, que está enfrentando uma investigação do FBI relacionada à sua autorização de segurança.

O que já sabemos é um escândalo. O que ainda não sabemos pode ser ainda mais perturbador.

© 2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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