Biden impõe sanções a empresas que participam de gasoduto Nord Stream 2

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (23) sanções às empresas envolvidas na construção do gasoduto Nord Stream 2 em retaliação às ações militares da Rússia no leste da Ucrânia.

Em um comunicado, Biden informou que as sanções afetam a empresa responsável pela construção e operação do gasoduto, Nord Stream 2 AG, que está registrada na Suíça.

A empresa pertence à Gazprom, gigante russa do setor de energia, e por isso a medida é direcionada a ela.

Os EUA se opuseram durante anos à construção do Nord Stream 2 com o argumento de que ele aumentaria a dependência da Europa do gás russo, mas no ano passado Biden concordou que o gasoduto fosse concluído ao suspender as sanções que voltou a aplicar nesta quarta-feira.

A medida foi tomada um dia após o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciar a suspensão do processo de certificação do gasoduto, que foi concluído no ano passado, em resposta ao reconhecimento pela Rússia da independência das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

Biden fez, ainda, um ataque velado contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, dizendo que suas últimas decisões deram ao mundo “um incentivo esmagador” para parar de importar gás, petróleo e outras formas de energia do país, que representam uma grande parte da renda do Kremlin.

O Nord Stream 2, de 1.235 km, foi construído com o objetivo de transportar o gás russo diretamente para a Alemanha sem passar pela Ucrânia, o que privou o país de uma importante fonte de renda, pois cobrava da Rússia uma taxa para deixar o gás passar por seu território.

Moscou optou pela construção do Nord Stream 2 após as chamadas “guerras do gás” de 2006 e 2009, nas quais desavenças entre a Rússia e a Ucrânia - então a principal rota do gás russo - levaram a cortes no fornecimento e preços de energia mais altos na Europa.

Biden já anunciou na terça-feira um primeiro pacote de sanções contra a Rússia, visando duas instituições financeiras, a dívida soberana de Moscou e as elites russas e suas famílias.