Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Estados Unidos

Biden diz que decisão sobre imunidade de Trump abre “precedente perigoso”

Biden criticou decisão que reconheceu imunidade por “atos oficiais” de presidentes americanos durante o mandato: “Não há reis nos Estados Unidos” (Foto: EFE/EPA/SAMUEL CORUM)

Ouça este conteúdo

Em um discurso na Casa Branca na noite desta segunda-feira (1º), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou uma decisão da Suprema Corte do país, que, no julgamento de um recurso apresentado pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021), deliberou que ocupantes ou ex-ocupantes do cargo mais importante do Executivo americano podem reivindicar imunidade por “atos oficiais” praticados durante seus mandatos.

“Não há reis nos Estados Unidos. Cada um de nós é igual perante a lei. Ninguém, ninguém está acima da lei, nem mesmo o presidente dos Estados Unidos”, disse Biden, segundo informações da CNN.

“Com a decisão de hoje da Suprema Corte sobre a imunidade presidencial, isso mudou fundamentalmente. Para todos os efeitos práticos, praticamente não há limites para o que o presidente pode fazer. É um princípio fundamentalmente novo e um precedente perigoso porque o poder do cargo não será mais limitado pela lei, incluindo até mesmo a Suprema Corte dos Estados Unidos”, afirmou o presidente democrata.

A Suprema Corte tomou a decisão, por seis votos contra três, após Trump apresentar recurso contestando o entendimento de um tribunal de apelações, que em fevereiro havia deliberado que o republicano, adversário de Biden na eleição presidencial de novembro, não tinha direito a imunidade no processo que apura se ele teria responsabilidade pela invasão dos seus apoiadores ao Capitólio em janeiro de 2021 (quando Trump ainda era presidente).

Com a decisão desta segunda-feira da Suprema Corte, o republicano pode reivindicar imunidade no caso – caberá aos juízes de instâncias inferiores deliberar o que são “atos oficiais” de um presidente ou não –, que dificilmente terá desfecho antes da eleição de 5 de novembro.

Biden chamou a invasão ao Capitólio de “um dos dias mais sombrios da história dos Estados Unidos”. “Sei que respeitarei os limites dos poderes presidenciais que tive durante três anos e meio, mas qualquer presidente – incluindo Donald Trump – terá agora liberdade para ignorar a lei”, disse o democrata.

A decisão da Suprema Corte ocorre num momento delicado para Biden na corrida presidencial: seu desempenho ruim no debate contra Trump na última quinta-feira (27), no qual gaguejou, não conseguiu completar raciocínios e demonstrou desorientação em vários momentos, levou muitos democratas a cogitar a possibilidade de substituir o candidato do partido.

Numa pesquisa do instituto YouGov divulgada pela CBS News no fim de semana, 72% dos eleitores registrados para votar que foram entrevistados consideraram que Biden não tem condições mentais e cognitivas de ser presidente.

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros