O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou esta quinta-feira (31) a liberação de 1 milhão de barris de petróleo por dia durante os próximos seis meses, uma quantia recorde com a qual espera frear o aumento de preços da gasolina devido à guerra na Ucrânia.
Biden anunciou esta medida em declaração à imprensa na Casa Branca e vinculou o aumento do custo da gasolina, ao preço de US$ 1,05 por litro, à invasão da Ucrânia ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin.
“Nossos preços estão subindo por causa das ações de Putin. Não há oferta suficiente. E o resultado final é que, se queremos preços mais baixos da gasolina, precisamos ter mais oferta de petróleo agora”, disse o presidente americano.
Esta é uma medida sem precedentes, porque nunca na história mundial o petróleo foi liberado a esse ritmo, segundo a Casa Branca.
O plano servirá para adicionar um total de 180 milhões de barris de petróleo ao mercado global (1 milhão por dia durante 180 dias ou seis meses), mas o impacto pode ser relativo, porque a contribuição dos Estados Unidos representa apenas 1% da demanda total. Além disso, a Rússia deixou de colocar no mercado cerca de 3 milhões de barris por dia.
Biden revelou que está coordenando com seus aliados ao redor do mundo e espera que outras nações contribuam com entre 30 e 50 milhões de barris.
Para tentar baixar os preços da energia, o presidente vai recorrer às reservas estratégicas dos Estados Unidos, localizadas em grandes cadeias subterrâneas na costa do Golfo do México e onde existem atualmente cerca de 600 milhões de barris.
Essas reservas foram criadas em 1975, após o embargo árabe que elevou os preços, e desde então têm sido usadas para aumentar a oferta de petróleo durante guerras ou desastres naturais.
Biden já ordenou duas vezes a liberação de petróleo de suas reservas estratégicas: 50 milhões em novembro e outros 30 em 1º de março, após o início da guerra na Ucrânia, embora nenhuma das ações tenha gerado um impacto significativo nos preços da gasolina, diesel e outros combustíveis derivados do petróleo.
Multas a empresas
Biden espera que a liberação de petróleo funcione como uma espécie de “ponte de tempos de guerra” até que os Estados Unidos aumentem a produção doméstica.
Para estimular essa produção, o presidente pediu ao Congresso dos Estados Unidos que implemente uma política de “use ou perca”, que consistiria em multar as empresas americanas que alugam terras públicas e não as utilizam para produzir energia.
Os Estados Unidos produzem seu próprio petróleo há anos graças ao fraturamento hidráulico e outras formas de extração; mas quando os preços da energia despencaram durante a pandemia, muitas empresas abandonaram os poços de petróleo porque não era lucrativo continuar a explorá-los.
Em parte por esse motivo, neste momento a indústria de energia dos EUA não está usando 12 milhões de acres (4,9 milhões de hectares) de terras federais, apesar de terem sido aprovadas 9 mil licenças de produção.
Biden, no entanto, explicou que a demanda por petróleo bruto se recuperou com o fim das políticas de isolamento da pandemia e acusou as empresas de aproveitar a situação para não produzir, provocar alta de preços e acumular lucros, que chegaram a US$ 80 bilhões no ano passado.
“Digo às empresas que basta (...). Este não é o momento de acumular lucros recordes. Este é o momento de dar um passo adiante para o bem de nosso país. Precisamos responder a Vladimir Putin”, salientou Biden, que repetiu em várias ocasiões que o aumento dos preços está fazendo sofrer as famílias americanas.
O governo de Biden quer que a produção doméstica aumente este ano a uma taxa de mais 1 milhão de barris por dia e no próximo ano até mais 700 mil barris por dia.
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