O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mostrou nesta segunda-feira (01) intenção de iniciar negociações "imediatamente" com a Rússia sobre um novo tratado para substituir o Novo Start, pacto entre os dois países que limita o número de armas nucleares e que vai expirar em 2026.
Biden fez a proposta em um comunicado por ocasião da conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Não Proliferação Nuclear em Nova York, na qual os EUA serão representados pelo secretário de Estado, Antony Blinken.
Entretanto, na nota, Biden advertiu que qualquer negociação "requer um parceiro disposto a agir de boa fé" e lembrou que "a agressão brutal e injustificada da Rússia na Ucrânia destruiu a paz na Europa e constitui um ataque aos princípios fundamentais da ordem internacional".
Neste contexto", segundo ele, "a Rússia deveria mostrar que está preparada para retomar o trabalho de controle de armas nucleares com os EUA".
Logo após chegar à Casa Branca, em janeiro de 2021, Biden concordou com o presidente russo, Vladimir Putin, em manter vigente por mais cinco anos o Novo Start, que limita o número de armas nucleares estratégicas, com um máximo de 1.550 ogivas e 700 sistemas balísticos para cada um dos dois países, em terra, mar ou ar. Esse é o último acordo de desarmamento restante entre as duas potências nucleares.
Biden também mencionou a China no comunicado, destacando que ela tem uma responsabilidade nessa área como um dos cinco países com armas nucleares signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear e como membro do Conselho de Segurança da ONU.
"Não há benefício para nenhuma de nossas nações ou para o mundo em resistir a uma cooperação substancial no controle de armas e na não-proliferação nuclear", disse.
Biden enfatizou que os EUA querem liderar pelo exemplo e que neste momento de "incerteza e turbulência no cenário global" é "mais crucial do que nunca" reiterar o compromisso com os princípios da não proliferação de armas nucleares.
A ONU abre hoje uma conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear em Nova York, a primeira em sete anos, que deve ser marcada por tensões sobre a guerra na Ucrânia, negociações com o Irã e o programa nuclear da Coreia do Norte.