Segundo relatos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em breve emitirá uma ordem executiva que reverterá a política da Cidade do México, que atualmente impede que dinheiro de assistência dos EUA financie grupos que realizam ou promovem aborto em todo o mundo.
Durante as primárias presidenciais do Partido Democrata, a campanha de Biden prometeu que, se eleito, ele seguiria os antecessores do seu partido e revogaria a política, garantindo que a ajuda global dos EUA pudesse mais uma vez financiar os abortos.
Na coletiva de imprensa de ontem após a posse, um repórter perguntou à secretária de imprensa de Biden, Jen Psaki, sobre o futuro da política. Psaki respondeu que Biden é "um católico devoto" e acrescentou: "Não tenho mais nada para lhe falar sobre isso."
Mas nesta manhã, falando à Organização Mundial da Saúde, o Dr. Anthony Fauci, epidemiologista do governo americano, anunciou que Biden "irá revogar a política da Cidade do México nos próximos dias".
"Será nossa política apoiar os direitos reprodutivos e de saúde sexual de mulheres e meninas nos Estados Unidos, assim como globalmente", disse Fauci ao quadro executivo da OMS.
A política da Cidade do México foi instituída pela primeira vez pelo presidente Ronald Reagan e, desde o seu governo, a política tem sido cancelada ou retomada, dependendo do partido político do ocupante da Casa Branca. Em cada administração democrata, a política foi revogada, para depois ser reinstaurada quando um governo republicano assumia.
Sob o presidente Donald Trump, a política da Cidade do México foi expandida para incluir não apenas os fundos de planejamento familiar distribuídos pelo Departamento de Estado e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, mas também toda a assistência de saúde estrangeira fornecida por agências governamentais, incluindo o Escritório de Coordenação Global da AIDS dos EUA e o Departamento de Defesa. Essa nova política, chamada "Protegendo a Vida na Assistência à Saúde Global", aumentou o valor coberto por financiamento dos EUA de cerca de US$ 600 milhões para quase US$ 9 bilhões.
Os defensores do aborto nos EUA há muito tempo se opõem à política da Cidade do México; A Planned Parenthood, por exemplo, se refere a ela de forma depreciativa como a "regra da mordaça global". Mas a grande maioria dos americanos tende a se opor ao financiamento dos EUA para o aborto no exterior. Uma pesquisa de 2017 revelou que 83% dos entrevistados, incluindo quase 40% dos eleitores de Hillary Clinton, disseram que se opõem ao financiamento federal para abortos pelo mundo.
A escolha de Biden de reverter esta política certamente deixará sua base satisfeita - se para ele sua base consiste em funcionários da Planned Parenthood. Mas a decisão parece estar em desacordo com a maioria dos democratas, 70% dos quais disseram em 2017 que se opõem ao financiamento pelo contribuinte do aborto em todo o mundo.
©2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado