O presidente democrata disse que seu objetivo era chamar atenção para as “políticas” e “mentiras” de Trump, não incitar à violência| Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que foi um “erro” uma declaração sua na qual disse que era preciso colocar seu adversário na eleição de novembro, o republicano Donald Trump, “na mira”.

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Biden havia feito o comentário numa conversa por telefone com doadores de campanha vários dias antes do atentado contra Trump, segundo o site Politico. No sábado (13), Trump foi ferido num ataque a tiros no qual uma pessoa morreu e outras duas além do ex-presidente ficaram feridas.

Numa entrevista à NBC News que será transmitida na íntegra na noite desta segunda-feira (15), mas que já teve trechos divulgados, Biden afirmou que a menção a colocar o rival na “mira” não era um chamado para que fossem cometidos atentados contra Trump.

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“Eu quis dizer, focar nele, focar no que ele está fazendo. Concentre-se nas suas políticas, concentre-se no número de mentiras que ele contou no debate”, disse Biden, em referência ao debate realizado pela CNN em 27 de junho.

“Não sou o cara que disse: ‘Quero ser um ditador desde o primeiro dia’. Não sou o cara que se recusou a aceitar o resultado da eleição [de 2020]. Não fui eu quem disse que não aceitaria automaticamente o resultado desta eleição. Você não pode amar seu país apenas quando vence. E então o foco estava no que ele estava falando”, afirmou o democrata.

Biden defendeu que suas reiteradas acusações de que Trump é uma “ameaça à democracia” não representam uma retórica violenta.

“Como falar sobre ameaça à democracia, que é real, quando um presidente fala coisas como as que ele fala? Você simplesmente não fala nada, porque isso pode incitar alguém [à violência]?”, questionou o presidente.

“Não adoto essa retórica [violenta]. Agora, meu oponente, sim: ele fala que haverá um ‘banho de sangue’ se ele perder, sobre como ele vai perdoar todas as ações, acho que suspender as sentenças de todos aqueles que foram presos e condenados à prisão por causa do que aconteceu no Capitólio [a invasão de apoiadores de Trump, em janeiro de 2021]. Não estou por aí tirando sarro, como quando, lembra-se da foto de Donald Trump quando o marido de Nancy Pelosi foi atingido com um martelo, falando - brincando sobre isso?”, disse o democrata.

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Biden fez referência a um ataque ocorrido em 28 de outubro de 2022, uma semana antes das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, quando um homem, David DePape, invadiu a casa de Pelosi, então presidente da Câmara do país, em São Francisco e agrediu Paul Pelosi, marido dela, com um martelo antes da chegada da polícia, que o prendeu.

DePape, que foi condenado em maio a 30 anos de prisão pelo episódio em um processo federal, estava procurando a deputada democrata, que no dia da agressão estava em Washington.

Em junho, ele também foi considerado culpado em um tribunal estadual da Califórnia; a sentença neste processo ainda não foi anunciada.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]