A reeleição do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, está sendo duramente questionada por governos ocidentais capitaneados pelos EUA e por grande número de opositores na ex-república soviética nesta terça-feira. Centenas de pessoas acamparam na região central de Minsk durante a noite para exigir a realização de um novo pleito.
A movimentação desafiou as advertências dos serviços de segurança bielorrussos. O acampamento na Praça de Outubro, no centro da capital, trouxe a memória da "Revolução Laranja" de 2004, na Ucrânia, quando dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Kiev para garantir a vitória de Viktor Yushchenko.
Ainda que seja com 500 pessoas, a iniciativa não deixa de ser inédita na Bielorrússia, onde o aparato de segurança do Estado costuma reprimir manifestações dissidentes com rigor e rapidez.
Com 12 anos no poder, Lukashenko é criticado por seu governo de linha-dura ao estilo soviético. Na eleição de domingo, ele foi reeleito com 82,6% dos votos, contra 6% de Alexander Milinkevich, que classificou a votação de fraudulenta. Observadores internacionais disseram que a eleição não foi livre e justa, não alcançando os padrões internacionais para o exercício democrático.
O resultado, nunca posto em dúvida por causa do controle de Lukashenko de grande parte da vida pública e dos meios de comunicação, levou EUA e Rússia a se confrontarem. Moscou disse que a vontade dos eleitores deve ser respeitada, enquanto Washington afirmou que não reconhecerá o resultado.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião