Especular se estamos sozinhos no universo vem ocupando mentes humanas há eras. Uma destas mentes é a do bilionário russo Yuri Milner, que anunciou nesta segunda-feira (20) que planeja gastar US$ 100 milhões de dólares (mais de R$ 320 milhões) para explorar a ideia.
Usando alguns dos maiores radiotelescópios do mundo, uma equipe de cientistas escolhidos a dedo por Milner irá supervisionar uma iniciativa que ele batizou de Breakthrough Listen (algo como Escuta Reveladora), uma busca por sinais de rádio que poderiam indicar a existência de vida inteligente no espaço e que irá durar 10 anos.
“É a questão tecnológica mais interessante de nossos dias”, disse Milner em entrevista, enfatizando que ficou fascinado pelo conceito de vida extraterrestre depois de ler “Intelligent Life in the Universe”, do astrofísico Carl Sagan, em Moscou, quando tinha 10 anos.
Os fundos com os quais irá bancar o projeto vieram de investimentos iniciais bem escolhidos em startups como o Facebook. A motivação de Milner é sua crença de que outras civilizações poderiam nos ensinar como lidar com desafios como a alocação de recursos naturais.
Os cientistas afirmaram que o projeto apequena todos os outros da área, conhecida como Busca por Inteligência ExtraTerrestre (Seti, na sigla em inglês). Globalmente, menos de 2 milhões de dólares são investidos no Seti por ano, segundo Dan Werthimer, conselheiro do projeto de Milner e o astrofísico que dirige o projeto SETI@home, filiado à Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
A equipe, liderada por cientistas como Peter Worden, que até o início deste ano chefiava o Centro de Pesquisa Ames da Agência Aeroespacial dos EUA (Nasa, na sigla em inglês), irá organizar os sinais de rádio que encontrar, tornar os dados públicos e examiná-los em busca de padrões.
Além de verificar os sinais de rádio, o Breakthrough Listen irá procurar sinais baseados em luz usando um telescópio no Observatório Lick, na Califórnia.