Rússia
O novo presidente, Petro Poroshenko, terá que tentar encontrar um terreno comum com o vizinho da Ucrânia, que fornece a maior parte de seu gás natural e é o principal mercado para as suas exportações. Ele disse que "certamente" encontraria Putin já que o envolvimento russo é essencial para a estabilidade.
55% dos votos garantiram a vitória de Petro Poroshenko no primeiro turno. A segunda colocada foi a ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko, que teve 12%. Segundo as autoridades, até às 15h 40% dos eleitores registrados haviam comparecido.
O bilionário Petro Poroshenko reivindicou a presidência da Ucrânia ontem após pesquisas de boca de urna darem a ele a maioria absoluta dos votos no primeiro turno e, assegurando o fim do conflito com rebeldes pró-russos, prometeu alinhar o país com a Europa. As pesquisas de boca de urna indicaram que Poroshenko, um magnata da confeitaria com longa experiência no governo, teve mais de 55% dos votos, bem a frente da ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko. Ela ficou em segundo lugar com 12%. Se os resultados forem confirmados, não haverá necessidade para um segundo turno em junho.
Ucranianos, cansados de seis meses de turbulência política, esperam que seu novo presidente seja capaz de levar o país de 45 milhões de habitantes para longe da beira da falência, desmembramento e guerra civil que impediu a votação em partes do leste do país de língua russa.
"Todas as pesquisas mostram que a eleição foi concluída no primeiro turno e o país tem um novo presidente", disse o bilionário de 48 anos em coletiva de imprensa. Seus negócios deram a ele uma fortuna de mais de 1 bilhão de dólares e o apelido de "Rei do Chocolate".
Providências
Em sua sede de campanha, ele disse a apoiadores que a maioria dos ucranianos lhe tinha dado um mandato para continuar um curso de integração com o resto da Europa, mas disse que sua primeira prioridade era viajar para o leste do país para acabar com a "guerra e caos" causado por rebeldes separatistas pró-russos.
Ele afirmou que estava pronto para negociar com os adversários e oferecer anistia para aqueles que entregarem armas, mas descartou qualquer negociação com assassinos e "terroristas".
Questionado por um jornalista estrangeiro sobre as relações com a Rússia, Poroshenko, falando em inglês fluente, respondeu que vai insistir no respeito à "soberania e integridade territorial" da Ucrânia.
Rebelde
Ex-boxeador vence a prefeitura de Kiev com promessa de paz
O líder do partido UDAR e ex-campeão mundial de boxe, Vitali Klitschko, foi eleito prefeito de Kiev com 54,7% dos votos nas eleições municipais realizadas ontem na capital da Ucrânia, segundo uma pesquisa da televisão estatal.
O político, um dos líderes da revolta popular que em fevereiro derrubou o regime do presidente Viktor Yanukovich, conseguiu uma vantagem de 40 pontos sobre a segunda colocada, a também ativista da Praça da Independência, Lesia Orobets.
Klitschko tinha apresentado a princípio sua candidatura à presidência, mas deixou mais tarde a corrida eleitoral em favor de Poroshenko, apontado pelas enquetes como o favorito para conseguir vitória.
O mais que provável futuro prefeito de Kiev antecipou em entrevista coletiva realizada ontem que as barricadas levantadas durante os protestos no centro de Kiev "já cumpriram sua função" e devem ser desmontadas.
"Nos dirigiremos às pessoas com a chamada de que nos ajudem a desmontá-las, para que Kiev e a Ucrânia voltem à vida normal. Devemos devolver a paz à Ucrânia, e a capital se transformará em um bom exemplo para todo o país", ressaltou o ex-boxeador.
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