Os principais jornais americanos noticiaram neste domingo (5) que a rede de doadores conservadores e libertários criada pelos bilionários Charles e David Koch deve escolher outro nome para a presidência dos Estados Unidos em 2024, recusando Donald Trump. A rede Koch tem centenas de membros ricos. Só no ciclo eleitoral de 2020, eles gastaram U$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) em campanhas de candidatos republicanos e de projetos de lei conservadores.
O New York Times teve acesso a um memorando de autoria de Emily Seidel, chefe executiva da ONG mais importante dentro da rede (“Americanos pela Prosperidade”, sigla AFP), mandado para os membros da rede após uma conferência em Palm Springs, Califórnia. “O Partido Republicano está nomeando candidatos ruins que estão defendendo coisas que vão contra o cerne dos princípios americanos”, diz o documento, que também caracteriza da mesma forma os democratas.
“E o povo americano os está rejeitando”, uma possível referência de Seidel ao resultado aquém do esperado dos republicanos nas últimas eleições de meio de mandato do ano passado, nas quais eles asseguraram uma pequena maioria na Câmara, mas a vitória teve gosto de derrota, que pareceu concentrada em nomes indicados por Trump.
O memorando diz que “para escrever um novo capítulo para o nosso país, precisamos virar a página no passado. Então, a melhor coisa para o país seria ter um presidente em 2025 que representa um novo capítulo. O povo americano mostrou que está pronto para ir em frente, e a AFP lhes dará ajuda nisso”.
Não há menção a Trump, mas o ex-presidente, agora aos 76 anos, é o claro alvo do desejo de doadores ricos de “virar a página”. Também não é mencionado o jovem governador da Flórida Ron DeSantis, de 44 anos, que em algumas pesquisas entre eleitores republicanos já está batendo Trump para 2024. O site de apostas Election Betting Odds, de iniciativa do jornalista libertário John Stossel, no momento dá a probabilidade de 23,3% para a vitória de DeSantis na presidência, contra 18,2% para Trump. Joe Biden, contudo, tem a preferência dos apostadores para uma reeleição, com 24,2%.
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