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Terrorismo

Bin Laden recebia apoio no Paquistão, diz Obama

Casa onde Osama bin Laden foi morto por forças dos EUA.  Líder da Al-Qaeda criava animais e cultivava uma horta | Aamir Qureshi/AFP
Casa onde Osama bin Laden foi morto por forças dos EUA. Líder da Al-Qaeda criava animais e cultivava uma horta (Foto: Aamir Qureshi/AFP)

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que Osama bin Laden tinha uma "rede de apoio'' no Paquistão que ajudou a manter o líder terrorista saudita em segurança durante anos. "Mas não sabemos quem [integrava] ou qual era essa rede apoio'', disse Obama a um programa de tevê da rede CBS.

Na entrevista, o presidente cobrou das autoridades paquistanesas que investiguem o assunto e não descartou a participação de membros do governo do país na "rede'' de ajuda ao líder da Al Qaeda, morto no último dia 1.º.

"Não sabemos se havia pessoas de dentro do governo [do Pa­­quis­­tão], gente de fora do governo, e isso é algo que precisamos investigar e, sobretudo, o governo pa­­quistanês tem que investigar.''

Foi a crítica mais incisiva de Obama aos aliados paquistaneses desde o assassinato do terrorista. Na semana passada, o diretor da CIA, Leon Panetta, disse que o Pa­­quistão "ou estava envolvido ou é incompetente''.

Islamabad diz que não sabia que Bin Laden estava escondido no país, na cidade de Abbottabad.

Pressão

Assim como Obama, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Tom Donilon, cobrou dos paquistaneses investigar o caso, mas disse que, "ao menos por enquanto'', não há indícios de que as autoridades do país soubessem da presença do terrorista saudita.

"Existe um fato com o qual precisamos lidar. E o fato é que Osama bin Laden estava em Abbottabad, a 50 km de Islamabad, a cidade que é vista essencialmente como uma cidade militar. Existe uma importante escola militar lá e outras instalações. Isso precisa ser investigado.''

Donilon disse ainda que os EUA têm "diferenças'' com os pa­­quistaneses, mas que o país tem sido um importante parceiro ame­­ricano.

"Cabeças vão rolar"

O embaixador do Paquistão nos Estados Unidos, Hussain Haqqani, afirmou que "cabeças vão rolar'' caso a investigação oficial aponte que membros do governo sabiam do paradeiro de Bin Laden. "Se alguém foi cúmplice, haverá tolerância zero para isso'', disse.

O primeiro-ministro, Yusuf Ra­­za Gilani, deve fazer um discurso hoje sobre o assunto. Existe ex­­pectativa de que ele adote tom severo, criticando os Estados Uni­­dos por não terem atuado em conjunto com o Paquistão na operação que culminou na morte do líder da Al-Qaeda.

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