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Religião

Bispo belga renuncia por ter cometido abuso sexual

Roger Vangheluwe, bispo de Bruges, em foto de 2006: confissão e renúncia | Edwin Fontaine/Reuters
Roger Vangheluwe, bispo de Bruges, em foto de 2006: confissão e renúncia (Foto: Edwin Fontaine/Reuters)

O Papa Bento XVI aceitou a re­­núncia do bispo Roger Vanghe­­luwe, 73 anos, que admitiu ter abusado sexualmente de um me­­nino por um longo período quando estava no comando da diocese de Bruges, na Bélgica. Bispo há 25 anos, ele era o religioso há mais tempo no cargo na Bélgica.

A renúncia de ontem, no en­­tanto, tem uma grande diferença: nos casos anteriores, os bispos renunciaram acusados de tentar encobrir casos de pedofilia na Igreja, não por terem eles mesmos cometido os abusos contra as crianças.

"Quando eu ainda era padre e durante um período quando me tornei bispo, abusei sexualmente de um jovem que fazia parte de minha equipe", disse o belga Vangheluwe, em um comunicado divulgado em entrevista coletiva em Bruxelas, à qual o bispo não esteve presente.

"Eu me arrependo profundamente do que fiz e apresento mi­­nhas mais sinceras desculpas à vítima, à sua família, à comunidade católica e à sociedade em ge­­ral", afirmou.

Vangheluwe nasceu na cidade de Roeselare e foi ordenado padre em Bruges aos 26 anos. Ele foi in­­dicado como bispo da cidade histórica em 1984, aos 48 anos, cargo que manteve por 25 anos até sua renúncia hoje. Ele deveria se aposentar no ano que vem.

O abuso ocorreu há mais de 20 anos, e não há detalhes sobre qual seria a idade do menino na época. O bispo belga renunciou após uma pessoa próxima à vítima ter reclamado à Igreja.

Vangheluwe é o primeiro religioso a renunciar na Bélgica desde que teve início, há alguns me­­ses, o atual escândalo de abuso de crianças cometidos por membros da Igreja Católica, principalmente na Europa e nos EUA.

Na quinta-feira, um bispo irlandês e um alemão renunciaram em consequência do escândalo de abusos. O Papa aceitou a renúncia do bispo James Moriarty, elevando para três o número de bispos da Irlanda que deixaram seus cargos só nos últimos quatro meses devido a abusos cometidos por religiosos.

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