Aniversário
Mal nunca tem última palavra, diz Papa
Folhapress
O Papa Bento XVI celebrou ontem seus 83 anos relembrando discurso proferido na sua visita à Terra Santa, no ano passado, no qual disse que "o mal nunca tem a última palavra, o amor é mais forte que a morte, e o nosso futuro está nas mãos de um fiel e misericordioso Deus".
"Em qualquer tempo e lugar, a igreja é chamada a proclamar essa mensagem de esperança e confirmar sua verdade por uma prática de testemunho de santidade e caridade", disse, ao receber membros da associação Papal Foundation, dos EUA.
Bento XVI é alvo de uma onda de críticas pelo suposto acobertamento dos escândalos de pedofilia pela igreja antes do seu papado em alguns casos, envolvendo ele próprio, quando ainda era o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Na quinta-feira, o Papa havia dito que a igreja deve se penitenciar pelos seu pecados, sem no entanto referir-se aos escândalos.
Um tribunal alemão condenou ontem o bispo católico britânico Richard Williamson a pagar uma multa de 10.000 euros (cerca de R$ 23.570) por negar o Holocausto. O tribunal de Ratisbona (sul da Alemanha) condenou o bispo à revelia por incitação ao ódio racial por causa das declarações que fez a um canal de tevê sueco em janeiro de 2009.
O bispo Williamson foi excomungado junto a outros três bispos da organização católica integrista Fraternidade de São Pio 10, nos anos 80, por terem sido ordenados sem a permissão do Papa João Paulo II. Em janeiro de 2009, o Papa suspendeu as excomunhões para acabar com o cisma dos tradicionalistas, que não aceitam as reformas eclesiásticas do Concílio Vaticano 2.º, dando origem a uma polêmica.
Depois de anunciado o perdão papal, foi ao ar uma entrevista em que Williamson negou a extensão do Holocausto. Williamson disse acreditar que não existiram câmaras de gás e que não mais do que 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, em vez do total de 6 milhões afirmados pelos historiadores.
Em meio a uma forte reação internacional, o papa exigiu que Williamson se retratasse, dizendo que negar o Holocausto é "totalmente inaceitável". Em março de 2009, após ser expulso da Argentina, Williamson pediu perdão pelas declarações sobre o Holocausto, mas não rejeitou o que dissera. Nem o Vaticano nem grupos judaicos aceitaram o pedido.
"Acredito que não existiram câmaras de gás. Acredito que de 200 mil a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhum nas câmaras de gás", afirmou Williamson, negando o massacre durante a Segunda Guerra (1939-1945).
Ao receber a denúncia, o Tribunal de Ratisbona propôs a Williamson aceitar um procedimento judicial simplificado e encerrar o caso com o pagamento de uma multa de 12 mil euros, o que o bispo negou por discordar da acusação.
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