A ditadura chinesa, liderada por Xi Jinping, trabalha cada vez mais para adequar as igrejas do país aos padrões comunistas| Foto: EFE/Andre Coelho
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Autoridades do Partido Comunista Chinês, cujo líder é o ditador Xi Jinping, prenderam o bispo de uma diocese na província de Wenzhou após ele criticar a interferência do regime nos assuntos internos da igreja.

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Depois de sua detenção, no início do mês, organizações de defesa dos Direitos Humanos e os membros da diocese perderam totalmente a comunicação com o líder religioso.

Segundo informações da ONG China Aid, que acompanha a situação de perseguição a cristãos na China, o Bispo Peter Shao Zhumin recusou-se a aderir à Associação Patriótica Católica Chinesa, que é controlada pelo Partido Comunista. Como resultado, ele não recebeu o reconhecimento da Associação Patriótica Católica Chinesa.

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Ao longo dos anos, ele foi detido regularmente por vários meses pelas autoridades locais de Wenzhou. O governo chinês provincial usa essa medida na tentativa de enfraquecer a atividade da igreja na região. O Bispo Shao é frequentemente preso durante os principais feriados do calendário eclesial, como a Páscoa e o Natal, impedindo-o de celebrar a missa com a congregação.

A ditadura nomeou deliberadamente o Padre Ma Xianshi, membro da Associação Patriótica Católica Chinesa, sancionada pelo regime, para supervisionar a diocese, substituindo o bispo no desempenho das funções da diocese.

Uma fonte que acompanhou a situação de perto contou ao portal AsiaNews que as forças de segurança em Wenzhou levaram o bispo Shao Zhumin sob custódia no dia 2 de janeiro. “Ele recebeu ordens de trazer roupas para a primavera, verão, outono e inverno. Isso sugere que sua situação não é promissora e que ele provavelmente ficará detido por um longo tempo. Os fiéis estão preocupados porque nem sabem onde ele será detido”, afirmou.

Poucos dias antes do Natal, em 16 de dezembro de 2023, o Bispo Peter Shao Zhumin foi levado pelas forças de segurança e libertado dois dias depois. De 24 a 25 de dezembro, ele foi novamente levado ao condado de Taishun, em Wenzhou, para impedi-lo de celebrar a missa de Natal.

A principal hipótese que pode ter desencadeado a recente prisão no dia 2 é a carta que Dom Peter Shao Zhumin escreveu ao Padre Ma Xianshi, da diocese de Wenzhou, em 31 de dezembro, sobre decisões tomadas na sua ausência.

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Segundo o relatório, Dom Peter Shao Zhumin expressou oposição às decisões tomadas pelos padres diocesanos em relação à divisão das paróquias e à transferência de padres, ao rebaixamento da Diocese de Lishui ao status de paróquia sob a Diocese de Wenzhou, e à promoção de seminaristas.

Dom Peter Shao Zhumin protestou contra as medidas que atingiram a diocese onde atua sem a sua permissão e, posteriormente, ele foi preso. De acordo com o Código de Direito Canônico, as nomeações de pessoal, consagrações e transferências dentro da Igreja devem ser decididas unilateralmente ou autorizadas pelo bispo. Qualquer pessoa que receba ordens sagradas de alguém que não tenha poder legítimo para ordenar é automaticamente suspensa.

Dom Peter Shao Zhumin expressou na carta o seu desejo de se encontrar com o Padre Ma para discutir as atuais dificuldades que a diocese enfrenta. No entanto, ele recebeu uma resposta afirmando que era “inconveniente nos encontrarmos”.

O bispo de 61 anos foi levado apenas por suspeita de se opor à interferência de autoridades estatais nos assuntos da diocese na província oriental de Zhejiang, na China. Peter Shao Zhumin foi nomeado pelo Vaticano em 2011 e assumiu como bispo legítimo em setembro de 2016, após a morte do Bispo Vincent Zhu Wei-Fang.

Perseguição religiosa na China

A Lista Mundial de Perseguição Religiosa da ONG Portas Abertas de 2024 revelou que a China liderou o ranking entre os países com o maior número de igrejas fechadas, com no mínimo 10 mil incidentes nesse sentido, no último ano.

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O regime ditatorial de Xi Jinping foi responsável por inúmeras detenções de pastores e padres, que foram levados a interrogatório e liberados ou permanecem presos, sem qualquer contato externo com advogados, familiares ou membros de suas igrejas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]