O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que marcou para o próximo dia 3 um referendo sobre a anexação da região disputada com a Guiana desde o século 19| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) se manifestou favoravelmente à “soberania” do país sobre o Essequibo, mas pediu que o referendo sobre a questão marcado para 3 de dezembro não seja manipulado pelo chavismo.

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A Venezuela reivindica soberania sobre a região guianense do Essequibo desde o século 19. Na consulta do início de dezembro, a população venezuelana vai decidir se a ditadura de Nicolás Maduro deve tomar medidas para anexar a região, que corresponde a cerca de 70% do território da Guiana.

A disputa ganhou temperatura nos últimos anos porque grandes reservas de petróleo foram encontradas na área contestada.

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No referendo do dia 3, uma das medidas sugeridas é a criação de um estado venezuelano na área. A consulta é condenada pela Guiana, que entrou com um processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ) para suspendê-la, pelos Estados Unidos e por organismos como a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em comunicado divulgado na quarta-feira (22), a CEV se disse “a favor da soberania territorial da Venezuela sobre o Essequibo”.

“A Igreja tem tido uma presença permanente na fronteira, o que tem ajudado a valorizar, proteger e desenvolver esta soberania territorial”, afirmaram os bispos.

Entretanto, a CEV pediu no comunicado “que todos os cidadãos estejam bem informados sobre o significado e as consequências do referendo de 3 de dezembro, para que possam agir com plena consciência e liberdade”.

“O referido referendo não deve ser manipulado por interesses puramente políticos, nem como meio de pressão sobre os cidadãos”, disseram os bispos na nota, na qual também pediram uma solução pacífica para a disputa.

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“Elevamos nossas orações para que esta controvérsia entre Guiana e Venezuela não se transforme em conflito, mas sim que a paz seja construída entre ambas as nações no campo do Direito e do diálogo”, afirmaram.

A CEV acrescentou que espera que a realização do referendo contribua “para a sensibilização sobre a necessidade de dar resposta a outros problemas que vivemos, como a precariedade dos serviços públicos (água, eletricidade, combustíveis), as crises de saúde, educação e nutrição, além de garantir os direitos políticos e eleitorais de todos”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]