A Grã-Bretanha vai fechar suas fronteiras a pessoas suspeitas de pregar o ódio religioso e deportar os que já o fazem em seu território, como parte de um plano divulgado nesta quarta-feira para erradicar o extremismo que supostamente provocou os ataques de quinta-feira passada em Londres.
Em uma medida inédita e extrema, o premier disse que o governo está trabalhando para acelerar a deportação de clérigos radicais muçulmanos para evitar a proliferação do que descreveu como "ideologia extrema e maligna" que deriva de uma "pervertida e venenosa má interpretação do Islã", de acordo com o jornal britânico "The Times".
Blair anunciou quatro medidas ao Parlamento depois que a polícia disse que quatro jovens muçulmanos britânicos são os principais suspeitos pelos ataques suicidas no transporte público, que mataram pelo menos 52 pessoas.
- Vamos examinar urgentemente como fortalecer os procedimentos para impedir que entrem na Grã-Bretanha pessoas que possam incitar o ódio ou agir contrariamente ao bem público, e também como podemos deportar essas pessoas mais facilmente - disse Blair aos parlamentares.
O governo também começará nas próximas semanas a negociar com a oposição uma nova legislação antiterrorismo, que pode ser apresentada ao final do recesso parlamentar, em outubro.
As autoridades querem iniciar discussões com a comunidade muçulmana na Grã-Bretanha e atrair o apoio de outros países, islâmicos ou não, para o combate ao terror, segundo Blair.
O primeiro-ministro se disse chocado por descobrir que os quatro suspeitos dos atentados nasceram e cresceram na Grã-Bretanha. Três deles viviam em West Yorkshire, região no norte da Inglaterra. E pediu calma à população após a identificação dos responsáveis.Ele enfatizou que os terroristas representam uma extrema minoria da comunidade muçulmana e condenou os ataques contra muçulmanos registrados após as explosões.
- Haverá um senso de profundo choque e angústia no país com o que aconteceu e também uma necessidade e um prontidão para agir - disse ele.
O novo projeto de lei antiterror vai se concentrar no combate à incitação e à prevenção dos atos preparatórios para atentados.
Blair disse que essas medidas são apenas metade da batalha.
- As medidas de segurança sozinhas não vão lidar com isso. Não se trata de um ato criminoso isolado. Trata-se de uma ideologia extrema e maligna, cujas raízes se encontram em interpretações pervertidas e venenosas da religião do Islã - disse ele.
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