O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, chegou ao Egito neste sábado, em visita de paz ao Oriente Médio, após o presidente palestino, Mahmoud Abbas, ter anunciado que convocará eleições antecipadas para acabar com um impasse entre facções rivais.
Blair, que já passou pela Turquia e visitará Israel, os territórios palestinos e os Emirados Árabes Unidos, afirmou que a violência entre as forças de segurança de Abbas e os partidários do Hamas mostrou que os palestinos precisam urgentemente formar um governo com quem Israel, a Europa e os Estados Unidos estejam prontos para dialogar.
``Acho que a coisa mais importante é que do lado palestino, de um jeito ou de outro, tenhamos uma autoridade em total funcionamento com a qual o resto de nós possa negociar'', afirmou ele em Ancara.
O porta-voz de Blair afirmou antes do anúncio de Abbas que novas eleições poderiam romper a atual crise palestina.
O Hamas disse que antecipar as eleições seria o equivalente a um golpe, mas a Grã-Bretanha afirma que o grupo, que venceu as eleições em janeiro e tem maioria no Parlamento, não deve controlar a agenda.
``Não se pode premiar o extremismo'', disse o porta-voz de Blair.
A Grã-Bretanha apoiaria um governo de união desde que ele aceitasse as exigências ocidentais de reconhecimento de Israel e renúncia à violência, independentemente da posição dos membros individuais desse governo, afirmou o porta-voz.
No Cairo, Blair vai se reunir com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, cujo governo tem um papel importante na mediação entre Israel e os palestinos.
Blair quer ajudar a ressuscitar o processo de paz no Oriente Médio antes de deixar o cargo, no ano que vem.
Sua viagem, porém, coincide com o maior nível de tensão em uma década nos territórios palestinos, com confrontos armados entre facções rivais e a sensação de que os palestinos podem estar à beira de uma guerra civil.