Os primeiros-ministros Tony Blair (Grã-Bretanha) e Angela Merkel (Alemanha) decidiram na sexta-feira trabalhar juntos por uma aliança global contra o aquecimento global.
Blair disse ver uma verdadeira possibilidade de avançar na promoção de ações globais contra as alterações climáticas no ano que vem, quando a Alemanha ocupa a presidência do G8 (grupo dos países industrializados mais ricos) e da União Européia.
``Daremos o apoio que pudermos'', disse Blair em entrevista coletiva com Merkel, após reunião em Londres. ``Estou feliz por notar que ambos trabalharemos estreitamente ligados nisso'', completou Merkel.
Ela afirmou ter discutido também o processo de paz no Oriente Médio com Blair. Ambos teriam decidido que a Síria merece uma chance para demonstrar sua disposição em ter um papel positivo.
Nesta semana, um assessor do governo britânico fez uma visita secreta à Síria, para encontrar o presidente Bashar Al Assad, num sinal de reaproximação gradual de Londres.
No ano passado, a Grã-Bretanha, a exemplo da França e de outros países europeus, reduziu seus contatos com a Síria a um mínimo, depois do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri. Damasco nega ter envolvimento no crime.
Merkel disse que o combate ao aquecimento será prioridade da Alemanha na presidência do G8 e da UE.
A Grã-Bretanha espera que um novo relatório encomendado por Londres, que alertava para os graves efeitos econômicos do aquecimento, incentive o mundo a agir. O Protocolo de Kyoto, que atualmente regula a emissão de poluentes do efeito estufa, expira em 2012.
Blair disse que qualquer tratado posterior a Kyoto precisará incluir os EUA, que não signatários do documento atual, além de grandes países em desenvolvimento, hoje isentos, como China e Índia.
Autoridades de 189 países se reúnem na próxima semana no Quênia para discutir novas formas de combater o aquecimento global.
``Temos a tarefa muito importante de persuadir nossos amigos canadenses e norte-americanos de que esta é uma questão muito importante para todos nós'', afirmou Merkel.
O Canadá é signatário do Protocolo de Kyoto, mas o governo conservador diz que o país não pode atingir as metas do tratado.
Blair disse haver ``sinais de esperança'' de uma mudança de política nos EUA, porque, em alguns Estados, democratas e republicanos exigem medidas contra o aquecimento global.
``Acho que há uma tremenda oportunidade'', afirmou.
