O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, confirmou nesta quinta-feira a sua intenção de deixar o cargo no próximo ano, mas se recusou a fixar uma data para a sua "aposentadoria". Há dez anos no poder, Blair vive uma crise sem precedentes em sua trajetória política.
Sua popularidade sofreu uma queda brusca, nos últimos meses, devido ao seu controverso envolvimento em recentes conflitos militares, no Líbano e no Iraque, e após a divulgação de escândalos políticos envolvendo o Partido Trabalhista, do qual é líder.
Em protesto contra a atual liderança de Blair, oito membros do governo, incluindo o subsecretário de Estado de Defesa, Tom Watson, renunciaram aos seus cargos na quarta-feira .
- A assembléia do Partido Trabalhista que acontece nas próximas semanas será a minha última como líder do partido - disse Blair em visita a uma escola.
Mais cedo, a rede de televisão Sky News afirmou que o primeiro-ministro deixaria o governo no dia 4 de maio de 2007, depois das eleições autônomas na Escócia e País de Gales e das eleições municipais na Inglaterra. Na quarta-feira, o jornal sensacionalista "the Sun" afirmou que Blair renunciaria no próximo dia 31 de maio à liderança trabalhista e, no dia 26 de julho, antes do recesso parlamentar, deixaria o cargo.
Em 2005, ao obter o terceiro histórico mandato para os trabalhistas, Blair anunciara que não lutaria por um quarto mandato nas próximas eleições gerais, previstas para 2010, mas, como agora, se negou a estabelecer uma data para sua saída.
O poder ao ministro da Economia, Gordon Brown, é considerado seu sucessor natural. De acordo com a imprensa britânica, Blair e Brown se reuniram na quarta-feira para discutir o futuro do Partido Trabalhista, em meio a rumores sobre a possibilidade de que o próprio ministro tenha orquestrado a "rebelião" trabalhista contra Blair.