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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, negou nesta segunda-feira (19) que seu país pretenda “conter” a China e considerou que uma "dissociação total de ambas as economias seria desastrosa", embora tenha especificado que o governo americano continuará tomando as medidas que considerar necessárias para preservar sua segurança.
“Há uma profunda diferença para os Estados Unidos e para muitos outros países entre uma redução de riscos e a dissociação”, disse o chefe da diplomacia americana em entrevista coletiva em Pequim ao final de sua viagem que durou dois dias.
Blinken deixou claro que "um engajamento econômico forte e saudável beneficia tanto os Estados Unidos quanto a China", descrevendo como "desastrosa" a perspectiva de "desvincular e interromper todo o comércio e investimento" com o gigante asiático.
O secretário de Estado declarou ainda que quer ver o "sucesso" de economias como a do gigante asiático, já que "beneficia os EUA", mas defendeu que não é do interesse do governo americano "fornecer tecnologia à China" que poderia ser usada contra ele.
O diplomata deu como exemplo a possibilidade de a China utilizar determinada tecnologia para “construir mísseis hipersônicos” que possam ter “fins repressivos”, algo que estão “interessados” em evitar.
“Não tenho dúvidas de que a China faria exatamente a mesma coisa”, acrescentou Blinken.
“Queremos ver o sucesso em todas as partes do mundo, incluindo, é claro, grandes economias como a China. É do nosso interesse. Mas, ao mesmo tempo, como disse, não é do nosso interesse fornecer à China tecnologia que possa ser usada contra nós", enfatizou o diplomata.
Blinken também disse que um dos principais objetivos de sua viagem é assegurar aos anfitriões que os EUA não estão "tentando conter economicamente" a China.
“Não estamos fazendo isso e, como eu disse, não se trata de dissociar, estamos tentando reduzir o risco e diversificar, e é isso que quero dizer com isso”, completou Blinken.
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