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Eleições EUA 2020

Bloomberg é chamado de racista após vazamento de áudio

Michael Bloomberg
Candidato presidencial democrata e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg (Foto: JEFF KOWALSKY/AFP)

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Um áudio de 2015, compartilhado nas redes sociais do presidente Donald Trump e seus seguidores, mostra o candidato democrata Michael Bloomberg defendendo uma controversa política de segurança adotada por seu governo quando era prefeito de Nova York, conhecida nos Estados Unidos como "parar e revistar" (stop and frisk). Na gravação, ele aparece dizendo que "95%" dos "assassinatos, assassinos e vítimas de assassinos" são homens de minorias entre 16 e 25 anos e que, para reduzir a violência, era necessário jogá-los contra a parede e revistá-los.

"Você precisa tirar as armas das mãos das pessoas que estão sendo mortas. Você quer gastar o dinheiro com muitos policiais nas ruas, coloca os policiais onde está o crime, o que significa em bairros minoritários".

O candidato que concorre em um partido que se declara diversificado foi alvo de duras críticas, sendo chamado de racista por democratas e republicanos. O áudio foi originalmente postado no Twitter, na segunda-feira, pelo escritor Benjamin Dixon, que apoia a candidatura do democrata Bernie Sanders. Um dia depois, o presidente Trump compartilhou o áudio, mas logo em seguida o apagou de sua rede social.

As declarações de Bloomberg sobre criminalidade também foram amplamente contestadas. O jornalista e escritor Jill Filipovic escreveu que, em 2015, nos EUA, homens negros cometeram 36% dos assassinatos e eram vítimas em 52% dos casos. Já os latinos ou hispânicos cometeram menos de 10% dos assassinatos naquele mesmo ano, enquanto os brancos, 30%.

O comentarista conservador Sean Hannity disse, durante o seu programa na Fox News nesta terça-feira (11), que o áudio é "alarmante" e "revelador". "De fato, é tão ruim que alguns membros de seu próprio partido agora o estejam acusando de ser racista".

De acordo com a imprensa americana, o áudio de Bloomberg foi gravado durante um evento no Instituto Aspen. O jornal local da cidade do Colorodo, Aspen Times, noticiou na época que os representantes do ex-prefeito de Nova York pediram ao instituto que não divulgasse as imagens de sua participação naquele evento.

Resposta de Bloomberg

Em um comunicado emitido nesta terça-feira, o bilionário disse que seus comentários sobre a política do "parar e revistar" "não refletem meu compromisso com a reforma da justiça criminal e a equidade racial".

"Eu herdei a prática policial de 'parar e revistar' e, como parte de nosso esforço para impedir a violência armada, ela foi usada em excesso. Quando deixei o cargo, a reduzi em 95%, mas deveria ter feito isso mais rapidamente, e mais cedo. Lamento por isso e pedi desculpas - e assumi a responsabilidade por demorar muito para entender o impacto que isso teve nas comunidades de negros e latinos".

Bloomberg também atacou o presidente Donald Trump por ter compartilhado o áudio. "O tuíte deletado do presidente Trump é o exemplo mais recente de seus esforços intermináveis para dividir os americanos", disse.

O áudio foi vazado em um momento em que Bloomberg está ampliando sua base de eleitores em potencial para as primárias democratas. Com muito dinheiro pessoal para investir em anúncios e eventos, Bloomberg saltou para o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto na corrida de nomeação democrata, ficando atrás de Sanders e do ex-vice-presidente Joe Biden.

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