Brasília - O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Armando Mariante, rebateu ontem as bases do processo iniciado pelo Equador na Corte de Arbitragem da Câmara Internacional de Comércio (Paris).

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Ele aposta em uma vitória brasileira na arbitragem internacional que determinará se houve violações do contrato com o banco para o financiamento da construção, pela empreiteira brasileira Odebrecht, da usina equatoriana de San Francisco, que apresentou problemas no primeiro ano de atividade.

"Nós temos certeza que vamos chegar a um bom termo’’, disse Mariante a senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

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O Equador questiona dois pontos específicos: a cobrança de juros sobre juros e importações feitas pela Odebrecht que não seriam oriundas do Brasil, o que desrespeitaria o contrato com o BNDES. Na arbitragem, o Equador também pede a suspensão imediata dos pagamentos, cuja próxima parcela vence no dia 29.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Equador vai continuar pagando as parcelas do empréstimo de US$ 243 milhões do BNDES. Esse pagamento, segundo o ministro, vai continuar até que a Câmara de Comércio Internacional julgue o pedido do presidente equatoriano, Rafael Correa, de suspensão da dívida.

"Houve muitas expressões dizendo que o Equador já teria dado um calote, mas o que ouvimos de maneira formal por parte do embaixador do Equador é que ele pretende pagar as parcelas até que haja uma decisão da Corte, que pode ser do mérito, a longo prazo, ou cautelar, julgada antes", disse ao participar de audiência pública sobre o assunto na Comissão de Relações Exteriores do Senado. "Não houve ainda uma decisão de não pagar enquanto a Corte não se pronuncia."

Celso Amorim alertou que a falta de pagamento do empréstimo, que foi feito pelo BNDES por meio do CCR (Convênio de Crédito Recíproco), seria prejudicial não só para o Brasil, mas para outros países da região.