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Washington – As pesquisas de boca-de-urna divulgadas ontem à noite pela rede ABC News indicam que seis em cada dez norte-americanos que compareceram às urnas condenam o governo do republicano George W. Bush. O índice é um indicativo do humor favorável aos democratas nas eleições para o Senado e a Câmara dos Deputados, que ontem estenderam-se além do horário previsto em razão, principalmente, de problemas com as urnas eletrônicas. Além disso, em 36 estados os norte-americanos elegeram governadores e, em quase todo o país, os eleitores ainda tiveram de participar de plebiscitos sobre questões como o aborto e a união de homossexuais. Com o atraso na votação, a apuração também ficou prejudicada.

Até a meia-noite (horário de Brasília), 10 das 33 vagas em jogo no Senado estavam definidas: 6 para os democratas, 3 para os republicanos e 1 independente. Dos 5 governos decididos até então, os republicanos só tinham Connecticut. Ohio, Tennessee, Massachusetts e New Hampshire serão governados por democratas. Na disputa para a Câmara, com pouco mais de 40% das cadeira definidas – 180 das 435 – havia um empate: 90 cadeiras para cada partido.

Quanto à avaliação do governo Bush, cerca de 40% dos ouvidos disseram aprovar o trabalho do presidente, ante 53% em pesquisa semelhante feita nas eleições presidenciais de 2004, que deram a reeleição a Bush, e 67% nas eleições legislativas de 2002, que deram maioria aos republicanos.

Bush e sua mulher, Laura, votaram ontem pela manhã, no Corpo de Bombeiros de Crawford, no Texas, onde têm um rancho. O presidente, que nos últimos dias percorreu dez estados em busca de votos para os republicanos, ontem disse que "o importante era votar", independentemente do partido. Em Chappaqua, no estado de Nova Iorque, a democrata Hillary Clinton, ao lado do marido, o ex-presidente Bill Clinton, brincou: "Votei pela mudança, menos a minha". Ela concorre à reeleição pelo Senado, e está virtualmente eleita.

Centro

Não importa qual o partido que comandará o Legislativo, o próximo Congresso deverá ser centrista. A conclusão é de Thomas E. Mann, professor de estudos governamentais do Instituto Brookings, de Washington, e estudioso do parlamento norte-americano.

"Os democratas terão de ser mais centristas do que na última legislatura", disse o analista. Como serão maioria ou pelo menos aumentarão sua presença em ambas as casas, acredita, levarão o resto dos congressistas mais para o centro do espectro político.

Os republicanos são maioria tanto no Senado quanto na Câmara dos Representantes desde o começo dos anos 90, com uma breve interrupção de menos de um ano na primeira casa. Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, a minoria democrata se viu levada pela onda nacionalista que tomou o país e, com raras exceções, aprovou em peso ambas as invasões propostas por Bush (Afeganistão, em 2001, e Iraque, em 2003), além de leis que aumentaram os poderes presidenciais.

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