As pesquisas de boca de urna indicam que o partido da chanceler Angela Merkel saiu derrotado em dois dos três Estados alemães que realizaram eleições locais neste domingo (13) -– e, no terceiro, viu a sigla populista Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) obter um resultado acima do esperado.
O pleito é visto como o primeiro teste nas urnas da política de Merkel para refugiados, que se tornou o tema dominante no debate eleitoral.
Segundo as projeções divulgadas pouco depois das 18h (14h em Brasília), quando as urnas foram fechadas, a CDU (União Democrata Cristã), legenda de Merkel, perdeu para o SPD (Partido Social-Democrata) na Renânia-Palatinado (37,5% ante 32,8%) e ficou atrás do Partido Verde em Baden-Württemberg (31% a 26,9%).
A derrota em Baden-Württemberg é especialmente simbólica porque é a primeira vez que a CDU deixará de ter a maior bancada no Estado. O partido já havia perdido o governo na eleição anterior, mas porque os Verdes haviam feito uma coalizão com o SPD. Merkel foi cinco vezes ao Estado ao longo da campanha para tentar convencer seu eleitorado a votar no candidato do partido, Guido Wolf, mas foi insuficiente.
No único Estado em que venceu e manteve o governo, a CDU foi ofuscada pela votação expressiva do AfD, que superou as expectativas na Saxônia-Anhalt, chegou a 21,8% das intenções e se tornará a segunda maior bancada, algo inédito para um partido criado há apenas três anos.
Alerta
O crescimento do AfD, uma sigla com plataforma antirrefugiados e que tem a simpatia de grupos nacionalistas, como o xenófobo Pegida, acende o alerta para a CDU e os outros partidos tradicionais. O partido terá agora bancada nos três Estados que votaram neste domingo, totalizando oito os Estados em que a sigla tem representação parlamentar (o país tem ao todo 16).
Eleitores ouvidos pela Folha neste domingo (13) em Magdeburgo, capital da Saxônia-Anhalt, já demonstravam preocupação com o possível bom desempenho do AfD nas urnas.
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