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África

Boko Haram declara califado em área da Nigéria e corta mãos de infiéis

Apesar do apelo das famílias, grupo afirmou que não vai devolver as meninas sequestradas | REUTERS/Afolabi Sotunde
Apesar do apelo das famílias, grupo afirmou que não vai devolver as meninas sequestradas (Foto: REUTERS/Afolabi Sotunde)

O grupo terrorista Boko Haram declarou um califado islâmico na cidade de Mubi, no nordeste da Nigéria, e cortou as mãos de dez pessoas que descumpriram sua interpretação da lei islâmica, informou nesta terça-feira a imprensa local.

Mubi é a segunda cidade mais povoada do estado de Adamawa, com 250 mil habitantes, sob controle desde a última quarta-feira.

Uma testemunha afirmou ainda que dois ímãs foram decapitados por milicianos de Boko Haram porque teriam pregado contra o grupo terrorista.

Centenas de pessoas já abandonaram a região por medo de represálias dos terroristas, que pregam o Islã e recrutam jihadistas para a causa.

Diante da onda de ataques a cidades, o vice-governador do estado de Borno, Alhaji Zanna Mustapha, advertiu que os estados de Adamawa, Borno e Yobe - em situação de emergência desde maio - poderiam ser invadidos pelo Boko Haram em questão de semanas a menos que o governo federal intensifique seus esforços para deter os terroristas.

Até o momento, mais de 15 localidades do norte do país estão sob o controle dos terroristas, que assassinaram centenas de pessoas - a maioria de cristãs, no que foi o primeiro passo para alcançar o objetivo de implantar o estado islâmico no país.

No sábado o líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, negou em um vídeo que o grupo terrorista tenha acordado um cessar-fogo com o governo nigeriano e que vá libertar as mais de 200 meninas sequestradas há seis meses em uma escola de Chibok, no norte do país.

"O assunto das meninas está esquecido porque já faz tempo que foram casadas", disse Shekau, que avisou que as menores não voltarão para suas famílias.

Boko Haram, cujo nome significa em línguas locais "a educação não islâmica é pecado", mantém uma violenta campanha que matou mais de três mil pessoas este ano, segundo dados do governo nigeriano.

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