Cenário de destruição em Jos após ação do grupo Boko Haram.| Foto: EFE

Duas explosões atribuídas ao grupo radical islâmico Boko Haram, em uma mesquita e em um restaurante na cidade de Jos, na Nigéria, deixaram ao menos 51 mortos e 67 feridos na noite de domingo, informaram ontem as autoridades do país.

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A primeira explosão ocorreu às 21h14 (17h14 em Brasília) no restaurante Shagalinku, frequentado pela elite muçulmana. Quatro minutos depois, atiradores abriram fogo e um homem-bomba se detonou, segundo testemunhas, próximo à mesquita Yantaya, onde uma multidão participava de uma oração com o clérigo pacifista Sani Yahaya. O alvo era Yahaya, da organização Jama’atu Izalatul Bidia, prega a coexistência pacífica de todas as religiões.

Jos é a capital do estado de Plateau, que é marcado pela presença das maiorias muçulmana do norte do país e cristã do sul, levando a uma profunda divisão religiosa. A cidade já foi atingida por vários ataques atribuídos ao Boko Haram.

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Durante o mês sagrado do Ramadã, a Nigéria enfrenta sua semana mais violenta desde que o novo presidente do país, Muhammadu Buhari, tomou posse, no dia 29 de maio.

A onda de ataques, que começou no dia 1º, atingiu várias aldeias no nordeste da Nigéria, a base do Boko Haram. Na manhã de domingo, uma explosão deixou seis mortos em uma igreja na cidade de Potiskum. Até agora, mais de 200 pessoas morreram na onda de ataques.

Desde 2009, o Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é proibida”, e sua repressão pelas forças de segurança já deixaram ao menos 13 mil mortos e mais de um milhão de refugiados. Recentemente o Boko Haram declarou lealdade à facção radical Estado Islâmico (EI), que proclamou um califado em áreas da Síria e do Iraque.