Apoiadores de Evo Morales comemoram aprovação do referendo constitucional em frente ao Congresso, em La Paz| Foto: Aizar Ralde/AFP

Morales festeja nas ruas de La Paz

O presidente da Bolívia, Evo Morales, e seus seguidores festejaram pelas ruas de La Paz a convocação do referendo constitucional na Bolívia. O projeto sancionado pelos parlamentares foi entregue imediatamente a Morales, que esperava pela aprovação na rua, em frente ao Congresso.

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Veja o que está em jogo com a nova Constituição
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La Paz - O Congresso da Bolívia convocou ontem o referendo sobre a nova Constituição do país para o dia 25 de janeiro de 2009, dando ao presidente do país, Evo Morales, uma difícil vitória, em meio à sua tentativa de refundar o país mais pobre da América do Sul.

Morales chorou enquanto caminhava nas ruas centrais de La Paz junto a milhares de partidários, que comemoravam a passagem da convocação do referendo (veja mais ao lado). Se aprovada no plebiscito, a nova Constituição deverá aumentar os poderes da maioria indígena da Bolívia, oprimida há séculos. Morales sancionou ontem mesmo, em frente ao Congresso, a lei que determina a convocação do referendo e sua realização em 25 de janeiro.

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"Eu renunciei a ser reeleito pela segunda vez pela unidade deste país, para que vejam que não sou egoísta. Eu nunca imaginei que seria presidente. Agora posso ir até para o cemitério, porque já cumpri meu compromisso com o povo boliviano", declarou Morales.

Na segunda-feira, Evo concordou em desistir de disputar um terceiro mandato presidencial nas eleições de 2014, em troca do apoio da oposição para a passagem da convocação do referendo. A proposta de Constituição de Evo tem um forte apoio da população indígena, mas conta com a oposição das classes média e alta dos quatro departamentos (estados) do leste da Bolívia. Os departamentos do leste dizem que Morales tenta centralizar e aumentar seus poderes, enquanto ignora os pedidos de autonomia das regiões.

De qualquer maneira, negociações de última minuto, no final da tarde de segunda-feira, levaram a um compromisso sobre a questão da autonomia dos departamentos.

"Esse bebê não é perfeito, como muitos disseram", disse Alejandro Colanzi, deputado do Partido da Unidade Nacional, centrista e de oposição. "Mas é nosso filho e não podemos negá-lo. Talvez a vida ajude a aperfeiçoá-lo", disse o deputado.

A Constituição que irá a sufrágio, se aprovada, deixará Evo servir por dois mandatos consecutivos, enquanto a Constituição atual proíbe a reeleição. A concessão de Evo à oposição é que o mandato atual contará nesse período – ele não poderá disputar a reeleição em 2014, se vencer as eleições gerais de 6 de dezembro de 2009.

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