Morales busca novas saídas após corte de verba dos EUA, que incluíram a Bolívia na lista de países que não colaboram no combate às drogas| Foto: David Mercado / Reuters

O presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs nesta quinta-feira (6) a "nacionalização" da luta antidrogas, depois de expulsar na semana passada agentes dos EUA, em um novo agravamento das tensões bilaterais.

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Respondendo às críticas da oposição pela suspensão das atividades da DEA (Administração de Repressão às Drogas dos EUA), Morales, ex-líder dos plantadores de coca, afirmou que a Bolívia tem capacidade financeira e policial para continuar o combate ao narcotráfico sem a ajuda norte-americana.

Essa "nacionalização" se soma a um processo de estatização da economia que Morales promove desde sua posse, em 2006, e que já incluiu a nacionalização do gás e a reativação de uma mineradora estatal.

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"Afirmar que com o abandono da DEA vão aumentar os cultivos de coca e vai aumentar a cocaína é falso, mesmo porque direta ou indiretamente a DEA era que protegia o narcotráfico", disse Morales num ato em que entregou veículos e equipamentos à polícia.

Ele disse que, sem ingerência dos EUA, a Bolívia poderá combater as drogas sem as irregularidades que ele atribuiu à DEA, a quem o governo de esquerda acusa de abusos aos direitos humanos e desestabilização política.

"Embora seja responsabilidade de todos os países, especialmente dos Estados Unidos e da Europa, participar de uma luta efetiva contra o narcotráfico queremos e temos de nacionalizar a luta contra o narcotráfico", acrescentou Morales.

Nesta terça-feira (4), o vice-ministro de Defesa Social Felipe Cáceres, "czar" antidrogas da Bolívia, disse que o país poderia compensar com recursos próprios a ajuda antidrogas concedida pelos EUA, que no ano fiscal encerrado em 30 de setembro foi de 26 milhões de dólares. A verba deve ser cortada porque os EUA incluíram a Bolívia na lista de países que não colaboram no combate às drogas.

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