La Paz (AFP) Récem-designado para presidir a empresa estatal de petróleo da Bolívia (YPFB), o engenheiro de minas Jorge Alvarado anunciou ontem um plano de estatização das refinarias do país, começando por duas atualmente gerenciadas pela brasileira Petrobrás, e mais 20 postos de gasolina. "Este vai ser o primeiro passo. Vamos dar início hoje mesmo aos trabalhos de resgate destas duas refinarias, uma no centro e outra no leste do país", que estão sob controle da Petrobrás, afirmou.
O presidente boliviano, Evo Morales, nomeou Jorge Alvarado para presidência da YPFB na quarta-feira. De acordo com a lei de combustíveis, a estatal deve ser reativada para exportar petróleo. Alvarado, um dos homens da maior confiança de Morales, garantiu estar disposto a promover o desenvolvimento da companhia estatal. "Nós conversamos com a Petrobrás, com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, com os representantes da Total (da França), aqui na Bolívia, e eles nos garantiram que estão dispostos a assinar novos contratos de acordo com as regras definidas pelo Estado boliviano", declarou o presidente da YPFB.
Integrante do Movimento para o Socialismo, partido do presidente, Alvarado foi deputado de 2002 a 2005. Os anúncios sobre a política boliviana relacionada às riquezas naturais, paralelamente às iniciativas venezuelanas e argentinas no setor, tiveram um forte impacto negativo para o primeiro grupo espanhol, Repsol-YPF, que ontem anunciou que reduzirá em 25% suas reservas confirmadas. Por isso, a multinacional está pedindo ao presidente Evo Morales mais transparência jurídica para continuar investindo na Bolívia.
Desmentido
Apesar das declarações de Alvarado, a assessoria de imprensa da YPFB negou ontem a notícia, veiculada inicialmente pela agência France Presse, de que teria sido anunciado um plano de retomada das duas refinarias da Petrobrás no país. "Vai ser um longo processo de negociações com a Petrobrás, que ainda nem começou", disse um assessor.
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