O ministro de Desenvolvimento Rural boliviano, Hugo Salvatierra, anunciou que será apresentado nesta terça-feira um plano de redistribuição em massa de terras no país, que enfrenta resistência de setores empresariais.
O plano, que segundo declarações oficiais abarcará entre onze e 14 milhões de hectares, "cumprirá com a promessa eleitoral de terras para os camponeses pobres sem afetar os empresários produtores", disse o ministro na segunda-feira a jornalistas.
Ele acrescentou que a apresentação do plano colocará em marcha uma campanha de divulgação e consultas sobre a também chamada "nacionalização da terra", cujo lançamento acontecerá pouco antes da eleição de uma assembléia constituinte no dia 2 de julho.
O ministro do Planejamento, Carlos Villegas, disse em uma declaração separada que o plano de redistribuição de terras fará parte de um programa global de desenvolvimento que o governo de Evo Morales pretende lançar no final de maio.
Ainda que haja promessa governamentais de que apenas serão retomadas pelo Estado terras improdutivas, a Câmara Agropecuária do Oriente (CAO), do distrito de Santa Cruz, declarou-se em emergência.
Salvatierra informou que as consultas sobre a política de terras incluíam um encontro entre o governo e a CAO no dia 24 de maio.
Os planos de transferência da propriedade agrária foram revelados pelo governo logo depois da nacionalização do gás, a principal medida econômica tomada até o momento pelo governo de Morales, que assumiu em janeiro.
A Bolívia, cuja extensão chega a onze milhões de quilômetros quadrados, tem apenas 9,5 milhões de habitantes, a maioria dos quais são camponeses empobrecidos, que possuem cerca de 10% das terras produtivas.
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